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29 de março de 2010

Donnie Darko (2001)

Um filme de Richard Kelly com Jake Gyllenhaal, Drew Barrymore e Patrick Swayze.

Acho que quem está lendo esse, deve ter lido os outros. Como vocês devem ter lido, em A Caixa e em O Efeito da Fúria, eu critiquei os dois por tentaram ser inteligentes numa grande tentativa falha. Se foi assim, Donnie Darko é exatamente o que eles não foram. Um filme brilhante, com uma temática brilhante, atuação brilhante, diálogos brilhantes, roteiro brilhante. Donnie Darko tem sua própria trama e uma inteligência surpreendente no filme, que não falha no meio.
Donnie Darko (Jake Gyllenhaal) é um garoto que está vivendo no ápice da loucura, tendo de tomar pílulas para se manter são. Até que no dia 2 de Outubro, enquanto ele dormia, uma voz o acorda e o chama para um campo de golfe. A voz misteriosa o salva de uma turbina de avião que cai em cima de sua cama minutos após ele despertar. Quando ele chega ao campo, ele descobre que a voz é Frank, um coelho gigantesco. Frank diz para ele que faltam 28 dias, 6 horas, 42 minutos e 12 segundos para o mundo acabar. Desde então, Donnie começa a conversar com Frank todas as vezes que toma suas pílulas e acaba por descobrir desde seus poderes gerados pelas alucinações até teorias remotas da física.
O roteiro é, como eu venho insistindo desde o início, inteligentíssimo. Toda a história está ligada e tudo começa a fazer sentido no fim. Com o que eu comecei a perceber dá para se ver que há muitas interpretações sobre esse filme, digitando Donnie Darko no google, você acha umas 4 teorias diferentes na primeira página. Ele faz coisas que prendem sua atenção do começo ao fim do filme, e um piscar de olhos pode comprometer a compreensão total, tive que voltar umas partes só para entender a seguinte. Além disso, tudo que eles usaram na base da física faz o filme parecer até possível.
A atuação é perfeita, principalmente com um trio desses. Drew Barrymore não decepciona durante os poucos momentos que ela aparece. Patrick Swayze também, fez uma bela atuação. A parte durante a palestra foi ótima. Agora Jake Gyllenhaal merece todo o crédito pelo sucesso que eu atribuo a esse filme. A atuação dele já vale pelo filme inteiro. E acredito que o trabalho que ele fez em Donnie Darko foi bem superior a O Segredo De Brokeback Mountain ou Entre Irmãos. Toda a sua atuação representando o adolescente louco me convenceu mesmo. Até me fez crer em hipnose. Os diálogos do filme são perfeitos. Incrível, os filmes que eu estou vendo atualmente tem um diálogo muito bom mesmo. Pra mim, frases como "Todo ser vivo morre sozinho" ou "Porque está usando essa roupa idiota de homem?" ficaram gravadas, vou até tatuar se continuar essa idolatração. Os figurinos ficaram bem bons, assim como a fotografia e a maquiagem, porém nada mais do que isso.
Donnie Darko é um filme que tem algo pra passar de um modo difícil. Ou seja, tem que pensar para entender. E me fez ficar pensando durante um bom tempo, tal bom tempo que dura até agora.
NOTA: 10

27 de março de 2010

Volver (2006)


Um filme de Almodóvar com Penélope Cruz e Carmen Maura.

OK, sempre tem aqueles que vem com "Nossa, Almodóvar e Penélope Cruz, não precisa nem ver o filme, 5 de cara". Almodóvar é um diretor brilhante, Penélope é uma atriz perfeita. E linda. Mas nem sempre a fórmula do sucesso estrondoso surge desses dois. E quando eu falo sucesso, eu não falo de ganhar 1 ou 2 Oscars e não sei quantos Globos de Ouro. Sucesso entre um ou outro grupo social, que começou a adotar qualquer filme que não seja Hollywoodiano. A tribo alternativa começou a adotar demais O Fabuloso Destino De Amélie Poulain e Volver como 'filosofias de vida'. Um dia eu ainda descubro o porque.
Volver conta a história de Raimunda (Penélope Cruz) e Soledad (Lola Dueñas), duas irmãs que, após a morte dos pais, voltam a aldeia onde eles moravam para visitar o túmulo e uma tia muito doente, Paula (Chus Lampreave). Voltando a Madrid, a cidade onde elas moram, a filha de Raimunda, Paula (Yohana Cobo) quase é molestada pelo pai, Paco (Antonio de la Torre), que morre com uma facada. Desde então histórias antigas e secretas vão se desenrolando pouco a pouco e pioram quando a tia delas morre e Soledad, que vai ao enterro, descobre que o espírito de sua mãe voltou para lhe assombrar.
A atuação de Penélope Cruz rouba a cena de qualquer outra coisa que se mova durante o filme. Penélope Cruz é uma atriz cujo nível fica sempre acima do extraordinário, além de ter uma beleza que fica acima do esplêndido. Então quando ela entra em cena, não tem como não olhar para outra coisa senão ela. E ela é uma ótima atriz mesmo, qualquer papel que ela interpete eu me convenço de cara. Carmen Maura ficou em segundo lugar na atuação do filme, não posso dizer que foi tão incrível quanto Cruz, mas fez um bom trabalho. O resto na atuação foi de lástima para baixo. Uma coisa que eu não gostei nesse filme foi a atuação das outras pessoas, que pareciam uns robôs que não demonstravam sentimentos. Toda situação para eles que envolvia alguma surpresa, eles demonstravam com profunda indiferença. Então meus sinceros parabéns a Penélope Cruz, a única pessoa que sabe derramar lágrimas e rir no mesmo filme, não fazer um meio-termo entre eles durante o filme todo.
A história é bem confusa durante a primeira hora. Desde então o espectador pode começar a ir adivinhando as situações, que vão se mostrando cada vez mais simples. Então quando o fim chega, não é surpresa para muitas pessoas os diálogos que ocorrem. O desenlace vai se mostrando cada vez mais fácil e quando você vê, já acabou. As fotografias dos filmes de Almodóvar são sempre lindas, então acho desnecessário falar do que achei dela. Mas achei linda mesmo quando Raimunda começa a limpar todo o sangue de Paco no chão. A direção está impecável, pois o diretor é Almodóvar. O figurino, nossa, perfeito. Acho que todos do filme são naturais de Madrid, mas os figurinos de acordo com os costumes, isso foi ótimo pra mim. A maquiagem também ficou ótima.
Está certo que o diretor é Almodóvar e a atriz principal é Penélope Cruz. E está mais do que certo que os dois fizeram um ótimo trabalho, belíssimo filme de Almodóvar e Cruz no auge de sua atuação e beleza. Mas o foco fica demais nos dois, e isso fode com o filme, pois arrisca a atuação e a história inteira.
NOTA: 6

26 de março de 2010

O Silêncio Dos Inocentes (1991)

Um filme de Jonathan Demme com Anthony Hopkins e Jodie Foster.

Hoje é a noite dos clássicos. E ai de quem me falar que O Silêncio Dos Inocentes não é tão clássico como O Exterminador Do Futuro. Além de a história ser melhor, a atuação é melhor, a trama envolve mais, os diálogos são ótimos e Hannibal é tão lendário quanto qualquer ciborgue ou Sarah Connor. De qualquer modo, sem comparações.
A história fala sobre a agente do FBI, Clarice Starling (Jodie Foster), que enquanto está sob treinamento, recebe uma missão de seu superior para estudar a mente do assassino canibal Hannibal Lecter (Anthony Hopkins) e traçar um perfil psicológico do serial killer que a polícia procura por matar moças e arrancar suas peles. Porém Clarice acaba se envolvendo com o canibal mais do que gostaria de estar envolvida e cria com ele não apenas uma relação profissional.
O roteiro é adaptado de um livro, eu sei. Eu nunca li o livro, mas acho que agora eu posso questionar a regra do "O livro sempre é melhor que o filme". O roteiro tem alguns dos melhores diálogos da história do cinema. Toda vez que Jodie Foster e Anthony Hopkins se encontravam entre a parede de vidro da cela dele, eu sabia que vinha um diálogo inteligente e cheio de ironias por aí. Além do que, Hannibal é nada mais nada menos do que o melhor serial killer do cinema. Ele não usa máscaras nem um facão, não sai por aí matando loucamente, não vem do inferno, é um médico culto, e tem ótimas tiradas. E sabe dar o verdadeiro medo, não o medo de massacres e sangue por toda parte, mas o psicológico até se altera. Ele só é o melhor serial killer porque foge da regra de serial killer monstro. Se você não gostou dos diálogos do filme, sugiro que não veja de novo, a opinião é sua e eu respeito. Mas eu simplesmente achei brilhante frases como "Você cobiça todo dia, a cobiça surge do que você vê" ou "Quando você ver sua filha no necrotério, sabe onde doerá?".
A atuação está impecável. Anthony Hopkins, não preciso dizer nada mais, está excelente. Não é a toa que ganhou um Oscar. Jodie Foster não fica atrás dele, uma bela atuação durante o filme todo, e isso sem ter que bancar a policial sem sentimentos que acha o canibalismo uma coisa normal. Outro Oscar bastante merecido. A fotografia também, excelente em várias partes do filme, não posso dizer do filme inteiro. O figurino ficou muito bom, principalmente quando o figurino era as peles de mulheres. Excelente direção também devo dizer. Os Oscars de 92 foram os mais merecidos da história.
A moral que ele traz é ótima, que a mente do ser humano não é tão diferente quanto a de psicopatas assassinos. Tem milhares de pessoas hoje em dia que são menos educadas que Hannibal, não sabem desenhar tão bem, não tem doutorado em nada e não ouvem música clássica. E Hannibal é o assassino canibal, enquanto os outros são apenas as vítimas cobiçadas. Se você ainda não viu esse filme, sugiro que vista um moletom bem rápido, vá até a locadora mais próxima e gaste seu dinheiro suado, que esse é um clássico que vale a pena ser visto.
NOTA: 9

O Exterminador Do Futuro (1984)


Um filme de James Cameron com Linda Hamilton, Michael Biehn e Arnold Schwarzenegger.

O que posso dizer sobre? Acho que quem vem aqui já deve ter visto, um filme que passa de barreiras com clássico, o filme que, na minha opinião, fez James Cameron merecer todo o seu sucesso. Embora eu nunca tenho visto Titanic, acho que estou certo em dizer que O Exterminador Do Futuro é melhor. E é melhor que Avatar também. Também o filme que fez muitas mulheres loucas no volante virarem Sarah Connor, que fez milhares sentirem medo com o "I'll Be Back" de Arnold Schwarzenegger, ator que ficou conhecido graças às suas participações na série de O Exterminador do Futuro.
A história fala sobre um ciborgue (Arnold Schwarzenegger) de 2029 que volta à 1984 para matar a mãe de um dos líderes da resistência contra as máquinas, Sarah Connor (Linda Hamilton). Desde então ele começa um massacre de todas as Sarah's Connor da lista telefônica. Mas o que ele não espera é que um dos participantes da resistência, Kyle Reese (Michael Biehn), também voltou do futuro para não deixar Sarah Connor ser exterminada.
É realmente muito difícil falar de filmes antigos, porque eu não posso criticá-los como se fosse atualmente. Se eu fizesse isso, O Exterminador Do Futuro seria uma história clichê com atuações medianas e efeitos terríveis, o que é um grande erro. Esse filme é o que criou o clichê e revolucionou uma época. Os efeitos especiais são algo incrível para a época em que foram feitos, aqueles lasers e os robôs imensos. A atuação, embora mediana, foi boa em alguns aspectos. Linda Hamilton me convenceu lindamente no fim, a atuação dela ficou ótima. Arnold Schwarzenegger ficou ótimo como ciborgue, sem demonstrar emoções e com aquele sotaque de russo falando inglês. Michael Biehn foi o que menos me convenceu durante o filme, mas enquanto ele estava sendo interrogado ele interpretou bem.
A história é algo clássico, uma história que vai continuar sendo lembrada daqui a 20 anos, uma história que atraiu milhões de fãs no mundo inteiro. E algo bem único, tudo o que veio depois de O Exterminador Do Futuro virou algo clichê quando se falava de robôs, extermínio ou viagens no tempo. A direção foi ótima, e é por isso que eu parabenizo James Cameron, por trazer gente do futuro e não por levar pessoas a outros planetas ou afundar navios. A fotografia não me surpreendeu muito, foi oponto baixo do filme. A maquiagem ficou ótima, quando Arnold Schwarzenegger estava arrancando o olho, eu não sei o que fizeram nele, mas eu vi David Bowie. O figurino também perfeito, retrata bastante a época de 84, as pessoas com aqueles cabelões na época disco.
É um belo clássico que merece ser lembrado, uma história que inovou uma época, personagens que viraram apelidos e medos, mas a fotografia e a atuação foram dois fatores que não me agradaram muito, mesmo vendo (ou tentando ver) do modo que a época via.
NOTA: 9

O Efeito Da Fúria (2008)

Um filme de Rowan Woods com Dakota Fanning, Kate Beckinsale, Forest Whitaker e Guy Pearce.
É um filme difícil e confuso, pra a moral chegar precisa ter paciência e uma mente bem aberta. Eu ainda não entendi tudo que o filme quis passar e um monte de coisas que parecem ser feitas por algumas razão não estão se encaixando, então esse filme tem realmente duas alternativas: ou é um filme muito inteligente ou é um filme que, numa tentativa falha de ser inteligente acabou ficando confuso.
Após um massacre em um restaurante em Los Angeles, os 4 sobreviventes começam a agir em direções contrárias de suas vidas atuais. Anne Hagen (Dakota Fanning), uma menina que não frequentava a Igreja há tempos vira uma cristã fervorosa que não perde uma oportunidade de se ajoelhar e rezar. Jimmy Jasperson (Josh Hutcherson), um garoto alegre e vivo, virou uma pessoa que vive em silêncio constante, quase um estado vegetativo. Charlie Archenault (Forest Whitaker) deixou para trás todos os seus cuidados com a saúde e dinheiro e entrou numa vida de sorte e apostas. Carla Davenport (Kate Beckinsale), uma mãe cuidadosa e preocupada, para de se preocupar com o filho para viver uma vida em busca de amor e sexo.
Uma boa história, embora tenha aquele que de confuso. O começo segue bem, e eu gostei da ideia do filme de mostrar as cenas do acidente em partes, até o fim. As partes do restaurante foram bem filmadas. A parte do hospital já foi perdendo um pouco a mágica, mas tenho de dizer que uma das melhores frases que eu já ouvi em filmes está nesse filme: quando Kate Beckinsale está sendo consultada e recebe o papelzinho sobre traumas, ela fala "Espera um pouco, vocês já tinham isso pronto para o caso de um dia isso acontecer?". Mas do hospital em diante, o filme vai se arruinando na minha frente. No fim, ele faz a última tentativa de ser ou parecer inteligente, que não funcionou pra mim, pois o deixou mais confuso ainda.
A atuação funcionou para alguns e não para outros. Josh Hutcherson não conseguiu me convencer e, embora Kate Beckinsale tenha me impressionado no início, sua atuação começou a cair desde que virou uma mulher promíscua. Agora Forest Whitaker, esse merece ser ovacionado de pé pela sua atuação, magnífica fica atrás dele. Dakota Fanning teve um atuação acima do mediano, não foi boa como a de Forest Whitaker, mas conseguiu me convencer por boa parte do filme. Dos outros atores, também acho que Guy Pearce teve uma atuação como Dakota Fanning, boa na maior parte do filme. A fotografia começou bonita, e eu percebi que ela só era bonita na parte do restaurante, quando o caos se espalha e está tudo derrubado. Os figurinos e a maquiagem ficaram bem bem, nada mais que isso.
O filme conseguiu me deixar boquiaberto durante boa parte dele, depois disso o tempo não passou mais. Além do mais, me deixaram bastante confuso por terem ou uma moral bem complexa e inteligente, ou algo que se finge de moral e se paga de inteligente para confundir as pessoas.
NOTA: 5

22 de março de 2010

Quase Deuses (2004)


Um filme de Joseph Sargent com Alan Rickman e Mos Def.

Antes de eu ver esse filme que minha mãe recomendou, eu comecei a embromar, dizendo que não deveria ser algo bom, e que eu não consigo suportar esses documentários. Caramba, como eu odeio minha mentalidade sobre o desconhecido. Esse é um dos filmes mais bem trabalhados que eu já vi, o filme inteiro não teve erro algum e os assuntos que faziam o filme foram perfeitamente abordados. Se a atuação não estava boa, nem notei, pois o brilhantismo do filme não me deu olhos pra mais nada.
O filme, que é baseado em fatos reais, volta para a década de 30 nos Estados Unidos, uma década caótica que mostra o caos após a grande crise de 29. Nesse cenário, na cidade de Nashville, um homem negro após ser demitido do seu trabalho como marceneiro arranja um emprego com faxineiro de médico. O homem, Vivien Thomas (Mos Def) se mostra um grande aluno na arte da medicina, além de entender tudo que o médico Alfred Blalock (Alan Rickman) o ensina. 12 anos depois, depois deles se mudarem de Nashville, eles começam a estudar o caso da Tetralogia de Fallot, ou a Doença Do Bebê Azul, uma doença que vinha dizimando recéns nascidos da época, já que o coração era uma área sagrada e desconhecida. Juntos, os dois começam uma bela história para resolver o caso do bebê azul e a luta contra o preconceito.
O roteiro é ótimo. Como eu falei, uma das histórias mais bem trabalhadas que eu já vi. Além do que, a realidade do filme é impressionante. Eu acho que Joseph Sargent merece palmas por tratar o preconceito assim. Tratar o preconceito nos dias de hoje, onde a falsidade beira as emoções para o preconceito não sair, isso é até fácil. Agora trabalhar o preconceito em uma época onde os negros eram empregados ou faxineiros, numa época onde os negros tinham que sair da calçada para os brancos passarem, numa época onde os banheiros eram distintos, ah, isso é algo que merece ser visto. Além do mais, conta a história da medicina, que eu achei fascinante. Pena o preconceito grita mais alto do que o reconhecimento da inteligência em algumas pessoas.
Atuação, tenho que parabenizar Alan Rickman, que não perdeu o personagem e o orgulho em momento algum do filme. Mos Def também teve seus momentos de brilhantismo durante o filme, achei genial. A mulher dele, Clara, também se destacou em algumas partes, sem perder o mesmo orgulho que Alan Rickman teve. O figurino ficou excelente, exatamente aquela imagem estereotipada que temos das pessoas de antigamente. A fotografia não se destacou bastante, a maquiagem também não muito.
O que mais merece ser visto no filme é a história que ele carrega. Trabalharam tão bem assuntos de antigamente que continuam atuais de uma forma tão boa que apagou os possíveis erros do filme, que se existirem passaram imperceptíveis. E que ninguém cometa a minha imagem preconceituosa antes de ver esse filme, que tem bastante para falar sobre o preconceito.
NOTA: 10

19 de março de 2010

Um Sonho Possível (2009)

Um filme de John Lee Hancock com Sandra Bullock e Quinton Aaron.

Realmente, é uma história extraordinária. Embora tenha no fundo aquela moral bem clichê de você sempre pode fazer melhor, é uma moral bem trabalhada nesse filme, que foi a primeira vez que eu consegui me emocionar vendo um filme que mistura drama e esportes.
O filme conta a história verdadeira de Michal Oher (Quinton Aaron), um jovem negro filho de uma mãe viciada em drogas. Ele, cuja média é em torno de 0,6, foi aprovado pelas escolas só para poderem passar o problema para outros, porém o garoto tem um ótimo instinto de defesa. Desde que Leigh Anne (Sandra Bullock) vê o garoto passando na rua morrendo de frio, ela decide levá-lo para casa para passar a noite. Mas a família mal sabe que uma noite leva a vida inteira e que a vida mostra uma grande e emocionante história de superação, tanto nos estudos quanto nos esportes.
Atuação. Sandra Bullock foi realmente incrível. Quando eu comparo A Proposta com Um Sonho Possível, eu começo a pensar como alguém pode melhorar tanto assim em meio ano. Sandra Bullock mereceu mesmo ganhar seu prêmio de melhor atriz, por ter feito uma "cebola": pra se emocionar primeiramente precisa tirar as camadas. Quinton Aaron eu só posso me lembrar de Preciosa para comparar as histórias: dois atores novatos que roubaram a cena boa parte do filme, com uma atuação brilhante. O bom do filme é que quando os dois entravam juntos em cena, ninguém brilhava mais, os dois brilhavam igualmente. O que era bom na maioria das vezes, pois muitos atores coadjuvantes pecaram e cometeram alguns erros no filme. E ainda mais, quando os dois brilhavam e entravam juntos, eu não conseguia ficar sem me emocionar. Nas cenas onde o garoto dizia que era a primeira cama que ele teve e em que ele colocou seu braço entre o air-bag e o irmão, nossa, as lágrimas bateram na porta.
Roteiro foi bem bem bem. Primeiramente, ele foi baseado em um livro, então eu não posso dizer se o livro foi feito para emocionar, para rir ou para incentivar o esporte. Agora o maior pecado desse filme foi no ápice das lágrimas. Quando a emoção vinha à tona, alguém contava uma piadinha ou começava com o sarcasmo. As lágrimas voltavam de onde vieram para dar lugar ao riso, o que me decepcionou bastante no filme. Fotografia não se destacou muito, nem muito boa. Figurino e maquiagem foram normais. Como sempre, o filme não funcionaria sem a trilha sonora, feita por Carter Burwell, que também participou da trilha de Crepúsculo. Algumas cenas são feitas para serem acompanhadas de música, ou seriam descartáveis. A direção também foi bastante boa, teve uma cena onde a câmera se moveu tão perfeitamente que eu fiquei babando na cadeira, figurativamente.
A atuação merece bom crédito, mas o filme não merece tudo.. Principalmente porque fizeram errado o décimo primeiro mandamento: não misturarás drama com comédia. O filme perdeu sua merecida 1 estrela graças a isso, pois esses são dois gêneros bem distintos, que eu nunca misturaria. Se é para se emocionar, faça drama. Se é para rir, faça comédia. Aprenda isso, John Lee Hancock, e nunca mais faça Sandra Bullock sair de uma mulher severa e dura para uma mulher irônica de uma hora pra outra.
NOTA: 6

16 de março de 2010

Ensaio Sobre A Cegueira (2008)

Um filme de Fernando Meirelles com Juliane Moore, Mark Ruffalo e Gael Garcia Bernal.

Se em terra de cego, quem tem um olho é rei, quem tem dois olhos é um escravo. E Juliane Moore está aí para provar isso. O filme tem um que de deprimente, que acho que mostrou realmente o que o livro queria passar. Como sempre, o filme é baseado num livro, e o livro é bem melhor que o filme. Mas dessa vez o interessante foi esse: O livro é um livro inteligente de um autor inteligente. Então o filme só poderia ser inteligente, porém sem imaginação.
Quando um homem fica cego no meio do trânsito, sua cegueira se espalha por toda a cidade até infectar todos, que começam a enxergar tudo como um branco leitoso. Todos, exceto a mulher de um oftamologista, que, ao que parece, é a única pessoa que ainda consegue enxergar. E para parar com o contágio, o estado decide deixar todos os cegos em quarentena em um prédio devastado. O problema apenas surge quando a cegueira começa a espalhar o caos e a desordem, e todos começam a perder seus valores morais em busca da sobrevivência em uma selva branca.
Primeiro, eu gostaria de escrever um pequena Bíblia sobre a história, depois eu falo sobre os aspectos do filme. Só pela história eu já daria os 5 pontos de cara. É uma bela história que prova que o pior ser que habita o planeta é o homem, pois sua capacidade pensante também tem seu lado maligno. No desespero, tudo vale. E como a cegueira traz o desespero a tona logo na sua primeira hora, tudo realmente vale. E as críticas não param por aí. Além de deixar o homem no seu pior, José Saramago também faz uma crítica ao capitalismo, que só precisa de uma iniciativa para se tornar concreto. E a sua principal regra: enquanto um enriquece, outro empobrece. E assim que é a ordem, enquanto um tenta tirar a sua vantagem, o outro abaixa a cabeça, principalmente quando o primeiro tem uma arma. Outra, também há uma crítica à religião logo no fim do filme, quando todos os santos estão encobertos com uma venda. Quando eu falo a religião, me refiro a líderes religiosos, não ao poder divino e blá, blá, blá. A história para chocar, sempre me dá um arrepio depois que o rei da ala 3 diz que não quer mais joias, e sim mulheres. Chocante.
Fotografia, o filme é muito bom nesse aspecto. Quando o mundo dos cegos se espreme ao redor de um rádio AM, aparecem fotografias tão boas que já valem pelo filme inteiro. Tem cenas também que fizeram meu dia valer a penas durante o filme. Quando Juliane Moore sai para pegar a pá, ou quando Gael Garcia Bernal começa a cantar "I Just Called To Say I Love You" (acho que uma crítica à cegueira, já que a música é de Stevie Wonder), eu fico encantado. Acho que alguém já deve ter percebido, mas não há nomes de personagens nesse filme. Outro aspecto que eu achei muito bom.
Agora para os ruins. A atuação foi algo bem mediano para um filme que merecia do melhor. Quando algumas pessoas conseguiam atingir um ponto alto da atuação, outra vinham e me faziam voltar a realidade. Uns bons, outros medianos. Devo dar parabéns a Danny Glover, que conseguiu me prender na maior parte do filme. Juliane Moore também teve seus picos, que devo agradecer, pois durou também uma boa parte do filme. Alice Braga foi muito bem no início, começou a decair no meio, mas no fim voltou. O filme também teve algumas falhas, algumas no roteiro, outras na expressão, mas nada tão grave que merecessem colocar o dedo fundo.
Embora tudo tenha sido extremamente perfeito, as partes ruins ficam martelando na minha cabeça me impedindo de dar o 10. Infelizmente, muitas pessoas viram o filme como algo deprimente e ruim, embora tenha só mostrado a realidade quando o homem chega no ponto de ficar cego com o caos. Felizmente os aspectos ruins só ocorrem no filme, eu recomendo mesmo o livro de José Saramago pra antes de ver o filme, para finalmente poder imaginar. E o livro chega ainda a ser mais chocante que o filme.
NOTA: 9

13 de março de 2010

Guerra Ao Terror (2009)

Um filme de Kathryn Bigelow com Ralph Fiennes e Guy Pierce.

O filme tem uma fotografia perfeita, ótimos figurinos, efeitos visuais super merecidos, grande mixagem de som, um bom roteiro, boa atuação, mas não merecia ganhar o oscar de melhor filme. Não mesmo. Foi incrível, realmente, agora Avatar merecia muito. Talvez até Bastardos Inglórios tenha sido melhor, acho que Guerra Ao Terror fica no mesmo patamar de Preciosa na minha opinião. Sério mesmo, um bom filme mas nada de incrível que tenha se destacado de outros filmes do gênero.
Ele fala da guerra do Iraque que ocorreu em 2004, onde um grupo de 3 soldados que enfrentam a guerra no esquadrão anti-bombas. O grupo, que tem apenas mais 36 dias para voltar aos Estados Unidos ficam se lembrando de suas vidas sem estar no exército ao mesmo tempo que tem de conviver com mortes, terrorismo e muitas bombas. A atuação foi realmente muito boa. Agora o que eu não entendo é porque todo filme de guerra tem que ter um babaca bonzão que faz tudo do seu jeito, que foi bem vivido por Jeremy Renner. Sempre assim. Tem atores que roubaram muito a cena. Jeremy Renner foi um deles, e ainda bem que roubaram. Quando Christian Camargo entrou em cena me fez lembrar totalmente que eu estava em casa deitado na cama, ainda bem que ele acabou explodindo. Eu não consigo imaginar nenhum soldado americano no meio de uma guerra perigosa e mortal falando com civis daquele modo amável. A fotografia foi excelente. Tem uns momentos que ficaram perfeitos que eu nem imaginei que aquelas imagens estavam passando no mesmo lugar onde eu vejo estática e imagens distorcidas o dia inteiro. O figurino também foi muito bom. Os efeitos sonoros também ajudaram em boa parte do filme, afinal um filme não existe se aquela música de suspense não estiver tocando no fundo, ficaria tenso. Se ele pode ganhar o Oscar de melhor filme, então acho que eu posso também dar a nota que esse filme mereceu. OK, foi bom? Foi. Conseguiu me prender 2 horas na frente da minha TV? Conseguiu. Agora o excesso de babaquice não me faz dar outra nota senão essa. E aqui vai o meu porque Guerra Ao Terror ganhou melhor filme: patriotismo. Acho que os americanos preferem ver alguns soldados do país deles ganharam do que perderem pra monstros azuis. E eu não imagino um filme de Tarantino ganhando melhor filme, então só sobrou esse. Acho que um americano vendo esse filme teria a mesma quantidade de orgasmos que um nazista vendo um documentário sobre Hitler.
NOTA: 6

A Dúvida (2008)

Um filme de John Patrick Shanley com Meryl Streep, Philip Seymour Hoffman e Amy Adams.

É realmente um bom filme, nada que mereça tanto estardalhaço. Cheio de dúvidas, assim como o próprio nome promove, isso desde o começo ao fim. Pra mim o fim perdeu um pouco da realidade, mas o resto continuou impecável. Com um trio desses estrelando, não há quem ache que o filme não valeu a pena.
O filme, que conta a história da Irmã Aloysius (Meryl Streep), a freira superiora de uma escola católica que após ouvir uma história um tanto quanto estranha da Irmã James (Amy Adams) começa a suspeitar que o Padre Flynn (Philip Seymour Hoffman) abusou sexualmente do primeiro aluno negro da escola. Desde então, a Irmã vai até a barreira do poder pra retirar de vez essa dúvida da sua cabeça.
A atuação não fica abaixo do esplêndido. Acho que foi o melhor papel em que eu vi Amy Adams, mas também considero que não a vi em muitos papeis. Porém ela foi perfeita nesse. A freira meiga, inocente e ingênua, a que consegue acreditar em tudo para deixar as coisas mais fáceis ao invés de se rebelar para tentar descobrir o que pode ser a verdade. Philip Seymour também foi ótimo, tanto quanto Amy Adams, sendo aquele padre que conversa com todas as crianças, que consegue iludir facilmente as pessoas com sua fala macia e seu jogo de cintura, e que ninguém suspeitaria de nada por ser uma pessoa boa. Agora Meryl Streep foi genial. Aquela velha chata que por onde passa, todo mundo se endireita, que não para mesmo vendo as dificuldades e continua caminhando num caminho mais tortuoso ainda.
A fotografia também, muito boa. Tem partes lindas nesse filme que mereciam ser registradas. O figurino ficou magnífico também, as freiras sempre com o seu hábito. Também gostei bastante do roteiro, que foi adaptado numa peça dos anos 60, e das mensagens que ficaram escondidas no filme. Pelo menos eu identifiquei mensagens. Toda vez que o vento vinha, vinha contra Meryl Streep, como se ela estivesse caminhando contra o vento, sem lenço nem documento. Também para mostrar o padre e os bispos tendo do bom e do melhor e as freiras se contentando apenas com leite e o que tinha na mesa.
A atuação me deixou mais do que encantado. Além disso a temática do filme é ótima. Os últimos minutos são muito agonizantes, pena que tudo acabe de um modo tão pacífico. Mas o bom de A Dúvida é que ficaram muitas dúvidas para o final, onde tudo depende de como o filme foi visto.
NOTA: 9

12 de março de 2010

(500) Dias Com Ela (2009)

Um filme de Marc Webb com Zooey Deschanel e Joseph Gordon-Levitt.

O filme que me fez entender o porquê de todos os meus favoritos terem sido vistos apenas uma vez. Os meus favoritos são aqueles que eu já vi mais de uma e continuei gostando. Na primeira vez que eu vi (500) Dias Com Ela achei uma produção incrível, que fugiu dos clichês, nada maçante, se bobear diria até que merece ganhar Oscar. Maldita Zooey Deschanel, que conseguiu ofuscar todo o filme com sua beleza. Vendo a segunda vez eu achei alguns clichês, meio maçante, a magia se perdeu totalmente. Mas continua um belo filme.
Esse, que conta a história de Tom Hansen (Joseph Gordon-Levitt), um homem que nunca encontrou o amor de sua vida mas acaba de se apaixonar pela radiante Summer (Deschanel), a quase personificação da beleza na terra. Porém, após o início da amizade entre os dois, eles começam a querer coisas diferentes. Enquanto Summer não sabe o que é o amor e quer apenas um relacionamento despreocupado, ele quer A mulher.
Como o próprio narrador diz no início do filme, isso não é uma história de amor. É uma história sobre amor. O roteiro é bom, com os clichês típicos de namorado-namorada cult de hoje em dia, claro. Uma produção independente com toda certeza mostra as pessoas mais alternativas, não a patricinha que se apaixona pelo gótico. Também achei coisas totalmente descartáveis no filme, como aquele passarinho virtual que quebrou toda a imagem de felicidade que eu estava tendo na hora e me fez achar que estava vendo Branca De Neve E Os Sete Anões.
A fotografia é linda, essa minhas críticas não acharam nada de falho. Figurino e maquiagem também combinaram bastante. Eu não consigo é parar de gostar da maravilhosa trilha sonora. Um filme que começa com Regina Spektor não pode ficar ruim. E realmente não fica, pois o resto fica recheado de Smiths, Feist e da belíssima banda da não menos belíssima Zooey Deschanel, She and Him.
A pena do filme é: Não tem aquelas morais pra deixar o público perceber, tudo o que o filme quer mostrar vem quase cuspido na cara. Mas o que eles passam continua bonito de qualquer modo. É a história do amor, da coincidência, da alma-gêmea. E de que depois do verão vem sempre o outono.
NOTA: 6

8 de março de 2010

Oscar 2010

O Oscar, prêmio de maior importância do cinema, ocorreu ontem, domingo, 7 de março de 2010, e acho que muitas coisas devem ser destacadas nesse Oscar. Eu não vi todos os filmes ainda, não vi nem a maioria acho. Os que eu já vi comentarei sobre as indicações e os prêmios levados, os que eu não vi colocarei um comentário sobre o que eu ouvi falar dele ou não. Também não vou falar de melhor edição, maquiagem ou essas coisas que eu só poderia falar se visse o filme. Com vocês, os principais premiados do Oscar 2010.


MELHOR FILME: Guerra Ao Terror.
O filme que superou a grandiosa produção de James Cameron, o sangrento filme de Quentin Tarantino, a emocionante animação da Disney Pixar, o belo filme com George Clooney e o filme amador de Lee Daniels, Guerra Ao Terror, um filme que segundo a sinopse que eu li parece a história de Tobey Macguire em Entre Irmãos, ou seja, um homem que após uma guerra ficou viciado nela, ganhou o prêmio da noite. O que eu acho? Que pelo que disseram é realmente uma ótima produção, com tudo que merece ser destacado, mas também acho que o patriotismo ajudou bastante. Acho que os americanos gostam de se ver vencendo guerras e matando inimigos do que sendo massacrados por ETs azuis. Não desmerecendo Guerra Ao Terror.


MELHOR DIREÇÃO: Kathryn Bigelow, por Guerra Ao Terror.
Não muito a comentar, parece que a direção de Guerra Ao Terror realmente é muito boa. Só acho bem legal a ex-mulher de James Cameron ter ganho o Oscar por incentivo dele, se eu fosse James Cameron eu me matava. Sério.


MELHOR ATRIZ: Sandra Bullock, por Um Sonho Possível.
Não sei como é esse filme, ele já está na internet mas eu quero ver nas imensas telas do cinema. Do ano passado, da Sandra Bullock eu só vi A Proposta, que é um filme de comédia. Ou seja, não me surpreendeu tanto. Se ela estivesse com esse filme, seria muito melhor Meryl Streep ter ganho, ou Gabourey Sidibe. Mas esse filme parece ser lindo, sério. Outra coisa que me chamou a atenção foi que ela ganhou no sábado o Framboesa de Ouro de pior atriz. Deve ser uma sensação agradável, Sandra merece.


MELHOR ATOR: Jeff Bridges, por Coração Louco.
Eu acabei de saber que esse filme existia, assim como esse ator. Parece ser aquele filme super clichê e previsível, até o postêr parece um Segredo de Brokeback Mountain da vida. Mas aquele filme clichê e previsível onde o ator sempre surpreende, assim como Rocky Balboa, Exterminador do Futuro ou O Lutador. Acho que veria esse filme apenas por atuação.


MELHOR FILME ESTRANGEIRO: O Segredo Dos Seus Olhos.
Ainda não vi, mas pelo o que teve de divulgação na minha cidade, eu jurava que quem ganhava era o alemão A Fita Branca, do ótimo Michael Haneke. Pelo jeito, muitas pessoas se surpreenderam, mas parece ser um bom filme. Eu não sei, sinopses nunca me convencem, muito menos os trailers. Só adianta eu ver o filme, aí eu coloco uma boa opinião sobre o filme argentino aqui. Mas a indústria cinematográfica argentina está cada dia melhor.


MELHOR DOCUMENTÁRIO: A Enseada.
Parece ser algo bem chocante. Todos os documentários de agora são, espero que seja melhor do que esses filmes de terror que fazem hoje em dia. Isso me lembrou até de um filme que não tem nada a ver com o Oscar, Phoonk 2, o filme de 20 mil euros. Mas isso é outra história. Voltando à enseada, acho bom que alguém se importe com os golfinhos e os maus-tratos deles, sem que esse alguém seja o Greenpeace.


MELHORES EFEITOS VISUAIS: Avatar.
Guerra Ao Terror pode até ter ganho melhor filme, agora se Avatar não tivesse ganho os efeitos, eu teria a máxima certeza de que esse Oscar seria um roubo. Eles conseguiram fazer outro planeta com perfeição, tecnologias super avançadas, fazer metade das pessoas contratadas ficarem azuis e criar animais selvagens nunca vistos antes. Muito merecido.


MELHOR TRILHA SONORA: Up - Altas Aventuras.
Nossa, nem prestei atenção na trilha sonora desse filme quando o vi. Foi mais na história, um dia eu vejo de novo pra prestar mais atenção. Mas eu apostava muito no Sherlock Holmes, adorei tudo que o Hans Zimmer fez naquele filme.


MELHOR ATRIZ COADJUVANTE: Mo'Nique, por Preciosa.
OK, esse é igual Avatar em efeitos visuais, se não ganhasse, nenhum outro merecia. Acho que foi uma das melhores atuações que vi nesse ano, a mulher sempre estressada, com a falsidade beirando o exagero. Acho que não poderiam ter escolhido uma atriz melhor para o papel da mãe de Preciosa, merecidíssimo o Oscar.

MELHOR ATOR COADJUVANTE: Christoph Waltz, por Bastardos Inglórios.
Puta merda, outro muito merecido. Toda vez que ele entrava em cena eu morria de agonia, ele era o nazista brilhante que soube ser inteligente com sarcasmo e braveza. Ótimo papel, tem muitas coisas brilhantes que ele fez nesse brilhante filme de Tarantino. Não tinha como ser outro o ator coadjuvante, "oooh, that's a bingo!"

MELHOR ROTEIRO: Guerra Ao Terror.
Como eu disse no filme estrangeiro, sinopses não me convencem. Agora quando elas despertam curiosidade em mim, o filme deve ser realmente bom a meu ver. E isso aconteceu com Guerra Ao Terror.


MELHOR ROTEIRO ADAPTADO: Preciosa.
Eu não li o livro, então não posso falar muita coisa. Mas foi realmente uma bela história. Assim como A Enseada serve para se pensar no mundo, nos golfinhos, nos problemas que a gente esquece do dia-a-dia, Preciosa serve para mostrar os problemas que muita gente aprende a conviver e não detecta problemas, pois estes se tornaram um paradigma.

MELHOR ANIMAÇÃO: Up - Altas Aventuras.
Realmente merecido, tenho certeza que não seria A Princesa E O Sapo que ia ganhar esse. Além do mais, Up é um filme tão bonito, tem tudo para virar o Procurando Nemo de 2009. A Pixar sabe lançar filmes bons de vez em quando.


MELHOR FIGURINO: A Jovem Vitória.
Surpresa? Nenhuma, só o filme. Sempre que tem a categoria melhor figurino, espere que o filme do século XIX ganhe, pois é muito mais difícil fazer aqueles vestidos cheios de balão e sapatos à Luís XV do que ir achar uniformes de soldado ou cangas para monstros de 2 metros. Os monstros de 2 metros podem significar tanto os ETs de Avatar quanto Meryl Streep em Julie & Julia nessa ocasião.

Além dessas categorias, Avatar ganhou o Oscar de Melhor Fotografia e Melhor Direção De Arte. Guerra Ao Terror também levou outros 3, Melhor Mixagem de Som, Melhor Edição e Melhor Edição de Som. Logorama ganhou Melhor Curta de Animação e The New Tenants ganhou o Melhor Curta, para então encerrar a belíssima noite, regada a filmes de guerra e armamento, que foi o que rolou nesse Oscar. Outra coisa que queria detacar é que o filme super elogiado pela crítica, Amor Sem Escalas, não ganhou nada. Eu não tenho nada a comentar sobre isso, afinal, não vi o filme ainda. Mas o trailer me passou uma imagem tão idiota dele, vou falar mal até ele me mostrar o contrário.

4 de março de 2010

Contatos De Quarto Grau (2009)


Um filme de Olatunde Osunsanmi com Milla Jovovich.

Quem sabe inglês, viu que no pôster tem Baseado Em Fatos Reais. OK, antes que você vá ao cinema gastar seu dinheiro e não conseguir dormir a noite pensando que alguém vem pra seu quarto te abduzir, não é baseado em fatos reais. Tirando essa mentira que corrompeu quase todo o filme, ele realmente merece ser assistido. Puta de filme de terror bom, no fim não vira um terror, mas sim um drama, e ele conseguiu me convencer boa parte do filme.
O filme fala sobre Abigail Tyler, uma mulher que após perder o marido fica desolada. Depois de um mês de reclusão ela volta ao seu trabalho como psicóloga na pacata cidade de Nome, Alasca. E começa a descobrir um rede de terror quando vê que todos os seus pacientes apresentam insônia graças a uma coruja branca que fica na janela deles todas as noites. Desde então Abigail Tyler se envolve bem fundo no caso para descobrir o que está por trás disso tudo.
OK, aí vai a opinião. Milla Jovovich não me convenceu o bastante pra eu acreditar que era uma mãe desolada por perder os dois filhos. Agora a que fez a suposta verdadeira Abigail Tyler, que atuação boa. Eu senti muita, muita pena mesmo por ela. Também achei genial a sacada do filme de colocar as gravações "reais" com as falsas. Essa foi a coisa mais genial do filme, é o que me surpreendeu nesse, assim como Bruxa De Blair me surpreendeu por mostrar a visão da câmera o filme inteiro. E embora as falsas fossem mais nítidas, cheias de efeitos e tudo o mais, as reais é que me deram mais medo. Porque eu tinha uma câmera de vídeo antiga e ela o vídeo dela era quase igual ao que aparece nas gravações. Eu não faço a mínima ideia de como fizeram aquilo, mas genial. Quando a tela ficava escura para depois asssutar, genial também. Mesmo se eu não tivesse visto que a Universal anunciou que não foram fatos reais, eu suspeitaria. Graças a história da hipnose, que ferrou com o filme inteiro. Nem todas as pessoas se submetem assim tão facilmente à hipnose, como o filme mostrou. Isso é o charlatanismo.
Como eu falei antes, o filme vira um drama no fim. Abigail Tyler sem nada, numa cadeira de rodas, considerada louca pela sociedade, e procurando um modo de achar a filha. Maquiagem, figurino, bons. Belo roteiro. Ótimos efeitos especiais.
O filme caiu como uma luva em documentário terror. Além do que, o filme trabalhou outra coisa muito interessante, quando a doutora Abigail Tyler entrou em hipnose e disse que era Deus. A parte do extraterrestre quebrando o paradigma de Deus, a imagem e semelhança do homem, é ótima e repulsiva para muita gente. Muito bom.
NOTA: 8