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30 de maio de 2010

Kill Bill: Volume 2 (2004)

Um filme de Quentin Tarantino com Uma Thurman e David Carradine.

É incrível o que esse filme traz. Cheio de referências pop, nem que isso signifique um clichê imenso durante o filme, mas com tudo tratado com um misto de ironia sobre tudo. Kill Bill é um filme que se tornou fácil um clássico da década de 2000, e não foi simplesmente por ser um filme de Tarantino. Foi por conseguir fazer cabeças rolarem e pescoços esguicharem sangue, mesclar golpes já vistos antes em filmes de caratê, criar jargões e situações que chegam a ser realistas de tão detalhistas que são, por conseguir prender as pessoas 2 vezes numa sala de cinema por mais de duas horas e ser um filme que influencia vários meios de hoje em dia e ainda consegue ser divertido, seja com as lutas ou com os diálogos.
Após ter matado dois de seus ex-companheiros, A Noiva (Uma Thurman) vai atrás dos últimos três que restaram: Budd (Michael Madsen), um homem que após seus anos de assassinato vira um leão-de-chácara, Elle Driver (Daryl Hannah), a ex-inimiga d'A Noiva e Bill (David Carradine), o homem que acabou com o casamento dela, o homem para quem ela jurou uma vingança que só terminará após a morte.
A atuação do filme é incrível, David Carradine ficou ótimo no papel de Bill e eu nunca vi Uma Thurman se encaixar tão bem num papel quanto esse. Eu me apaixonei pelo estereotipo apresentado pelo personagem de Daryl Hannah, e eu fiquei felicíssimo que ela representou com maestria. O figurino também segue o mesmo paradigma que foi o perfil das personagens.
O roteiro é ótimo, a história de Kill Bill é cheia de referências atuais, diálogos marcantes, cenas de luta com efeitos surreais e sangue, muito sangue, embora não tanto quando no Volume 1. Os efeitos foram muitíssimo bem utilizados, assim como a maquiagem. A fotografia ficou grandiosa, assim como a direção. Os closes da câmera chegam a ser contrastantes durante vários momentos dos filme, desde a cena do caixão até a cena final de Bill. E outra coisa que me deixa feliz em Kill Bill é que ele soube acabar sem ser forçado.
Embora eu não queira falar isso, é um filme totalmente Tarantino, desde o modo de filmagem até o modo que a história foi feita, e para se provar é só comparar com qualquer outro. Mas não é por ser Tarantino que o filme merece uma nota boa, e sim porque ele conseguiu ser o assunto durante meses e ainda continua, e eu duvido que Uma Thurman fique marcada por outra atuação nesses seus próximos anos de carreira, talvez apenas em Pulp Fiction, outro Tarantino.
NOTA: 10

29 de maio de 2010

Mar Adentro (2004)


Um filme de Alejandro Amenábar com Javier Bardem e Lola Dueñas.

É um bom filme que deveria ser visto por qualquer pessoa que passasse desavisada pela prateleira da videolocadora, um filme que deveria ter tido uma atenção maior pois ele fala de um problema e tem uma boa "moral da história", ao contrário das comédias promovidas incansavelmente pela mídia. Eu mesmo só conheci esse filme através de um trabalho escolar e não por querer um filme sobre um assunto polêmico com um ator renomado.
Ramón Sampedro (Javier Bardem) é um homem que há 28 anos sofreu um acidente e ficou tetraplégico. Desde então ele vem lutando para poder fazer a última coisa que lhe resta: morrer, pois para ele, uma vida do modo que ele está não é uma vida. Ele contrata uma advogada com a síndrome de Catasil, Júlia (Belén Rueda) para o ajudá-lo na sua causa, que acaba comovendo várias pessoas. Entre essas pessoas aparece Rosa (Lola Dueñas), uma mulher que vira amiga de Ramón após conhecê-lo bem. Baseado em fatos reais.
A maquiagem do filme é fantástica. Eu não acreditei que Javier Bardem fez o Ramón jovem e o Ramón velho, só soube após ver a ficha técnica. A palidez que ele adquire em alguns momentos do filme chega a ser surpreendente. A atuação não é lá das melhores, mas conseguiram me convencer. Eu não sei porque mas eu nunca gostei muito da atuação de espanhóis. Mas quando um espanhol é bom, é bom mesmo. Vide Penélope Cruz e o próprio Ramón, Javier Bardem. A atuação dele e de Belén Rueda salvaram boa parte do filme, o resto me pareceu muito forçado, embora Lola Dueñas se mostrou competente nos últimos momentos, o que eu achei ótimo, pois eu não gosto do trabalho que ela faz.
A história não chega a ser a mais emocionante de todas as histórias sobre eutanásia, eu não me comovi em nenhuma parte do filme, principalmente porque não achei que o filme era de comoção, e sim de como a eutanásia é encarada judicialmente e sobre o direito a vida. Mas a história é algo bonito, a luta na justiça entre a vida e a morte, e ainda conseguiram colocar religião no meio, o que foi fantástico. Boa trilha sonora e diálogos.
Mar Adentro, embora não seja um filme tão comentado ou emocionante quanto O Escafandro E A Borboleta ou Menina De Ouro merece tantos créditos quanto estes, ainda mais porque me passou coisas importantes, coisas que o americano e o francês não conseguiram me mostrar de primeira. Não sei se porque minha professora comentava a cada 5 minutos sobre o filme, mas sozinho dá pra ser ver que a vida é um direito, não uma obrigação.
NOTA: 8

26 de maio de 2010

Fúria de Titãs (2010)

Um filme de Louis Leterrier com Sam Worthington e Ralph Fiennes.

Remakes. Acho que já falei o quanto eu odeio remakes, e todo esse ódio vem concentrado depois da surpresa que foi Quarentena comparado a [REC]. A diferença é: [REC] chega a ser original e um grande filme de sustos e terror da década, juntaria ele no top 10. Quarentena chega a ser vergonhoso. Fúria de Titãs não chega a ser tão estrondoso quanto o original foi na década de 80, mas os efeitos e a história chegam a ser divertidos até, ainda mais que eles usaram a grande tecnologia 3D que todos andam usando.
Perseu (Sam Worthington) é um semideus que apareceu para um pescador após um milênio da derrota dos titãs, e ele vive como pescador durante grande parte de sua vida. Mas num dia em que os homens destroem os templos dos deuses, Hades (Ralph Fiennes) retorna do mundo subterrâneo e se vinga dos humanos, matando a família de Perseu. Desde então ele busca vingança sobre o deus, que na verdade é seu tio.
Os efeitos são muito bem utilizados, tão bem utilizados que eu realmente não consigo distinguir o que é verdade e o que é falso naquele filme, eu não saco muito de efeitos, mas deu a sensação de que todo o filme foi filmado com uma tela verde sem nenhuma cidade cinematográfica. Se eu estiver errado, me avisem. Os efeitos em 3D foram bem utilizados durante a maior parte do filme, mas no fim, o 3D se perdeu.
A atuação de Sam Worthington foi, bem, como eu disse em Robin Hood, cheia da síndrome do protagonista. Mas uma boa interpretação, ele também já tinha o mesmo perfil do personagem fazendo o principal de Avatar. Ralph Fiennes, uma grande atuação. O roteiro é quase a mesma coisa do antigo. As cenas e a filmagem foram bem feitas, assim como a fotografia que ficou excelente.
Embora Fúria de Titãs tenha uma história envolvente, um preço caro de filme 3D e bons atores e grandes efeitos, ele não consegue se diferir muito de qualquer outro filme com essa história de herói que surgir por aí. Aposto que Prince of Persia, o filme estrelado por Jake Gyllenhaal, tenha um mesma contexto. Acho que também devo falar o quanto fiquei contente com alguns erros que variam de mitologia grega para figurino durante o filme.
NOTA: 4

25 de maio de 2010

Robin Hood (2010)

Um filme de Ridley Scott com Russell Crowe e Cate Blanchett.

Acho que eu vi filmes de heróis demais esses dias. Vi Homem de Ferro 2, vi Robin Hood e vi Fúria de Titãs (próximo filme que eu vou comentar). E você consegue perceber uma coisa em comum nos três protagonistas, uma semelhança bem forte, mas difícil de se contar. Mas quando você vê os filmes e os compara, vê que há realmente algo em comum. E não só com esses. Com Super Homem, Batman, X-Men, Super Escola de Heróis, Meu Nome É Taylor, Drillbit Taylor, Avatar, Guerra Ao TerrorGuerra Dos Mundos e muitos outros, esses são só pouquíssimos exemplos que surgiram na minha mente pois eu os vi há pouco tempo. E todos tem a mesma síndrome do protagonista.
Na Inglaterra ainda feudal, um arqueiro do rei Ricardo Coração de Leão começa a questionar o poderio do rei e se torna independente dele, saindo com três amigos para onde a vida os levar. Esse arqueiro não é ninguém mais que Robin Longstride (Russell Crowe). Mas após a morte de Ricardo, esse arqueiro faz uma promessa o fazendo levar a coroa do rei para Londres e ir até Nottingham devolver a espada do filho de Sir Walter Loxley (Max von Sydow).
A atuação é boa, mas com atores assim se a atuação não fosse boa, o filme estaria fadado ao insucesso. Russel Crowe, embora seja um bom ator, teve que pegar a síndrome do protagonista para fazer esse papel. Cate Blanchett ficou estupenda no papel que interpretou. Embora alguns momentos tenham me deixado bastante confuso e o filme tenha sido virado por uns momentos para dar enfoque à crise do protagonista, eu me deliciei com Blanchett fazendo um sotaque inglês.
A história é bem feita, embora com alguns erros. Acho ótimo que algum diretor ao invés de fazer um filme de super-herói com poderes e uma armadura tenha feito um filme de um arqueiro. Robin Hood é uma boa história, embora ela beire muito o clichê, faz um começo bom e engraçado e a luta final não passa de 4 minutos. Os efeitos foram bem utilizados durante o filme, que, como todo filme atual feito por Hollywood, tem uma fotografia impecável. A direção foi muitíssimo bem feita, a câmera deu todo o sentido em algumas cenas. O figurino feudal dos ingleses e dos franceses também estava ótimo.
Embora Robin Hood tenha conseguido fugir um pouco dos estereotipos que já foram oferecidos pela indústria cinematográfica, não conseguiu deixar de lado alguns cacuetes de filmes heróicos e se entregou numa crise do protagonista. Vamos tentar explicar: entre os amigos, o protagonista é o que faz merda e consegue ser romântico, que tem diálogos que não são nem um pouco inteligentes e roubam o filme inteiro, que embora tenham uma atuação programada, ainda conseguem ser indicados para o Oscar.
NOTA: 7

18 de maio de 2010

Homem De Ferro 2 (2010)

Um filme de Jon Favreau com Robert Downey Jr., Scarlett Johansson e Gwyneth Paltrow.

Nunca vi uma continuação que supera o primeiro. Talvez um dos Harry Potter's seja a única exceção que eu consiga pensar. Mas Homem De Ferro não entra na lista. Com uma história muito confusa para quem preferiu conhecer a história do super-herói através do cinema ao invés dos quadrinhos e com atuações que variam de brochante até grandioso, Homem De Ferro 2 não chega a ter um impacto tão grande quanto o primeiro.
Após ter revelado que era o Homem de Ferro, Tony Stark (Robert Downey Jr.) começa a enfrentar alguns problemas: várias pessoas no mundo tentam copiar sua armadura para brincar de Deus, e algumas chegam a ser destruidoras. Sua assistente, Pepper Pots (Gwyneth Paltrow), anda muito ocupada e não consegue dar tempo para o relacionamento dos dois, fazendo-o achar outra assistente, Natalie Rushman (Scarlett Johansson). Além disso ele ainda precisa se preocupar com Ivan Vanko (Mickey Rourke), um vilão que conseguiu copiar a sua armadura, e com a sua própria armadura, que está lhe tirando a vida.
A atuação teve seus altos e seus muitos baixos. Robert Downey Jr. me cansou com todo aquele descaso de rico e super-herói despreocupado e Gwyneth Paltrow não me convenceu com todo aquele stress que ela teve como assistente. Só vi ela trabalhando durante uns 5 minutos durante o filme todo. Jon Cheadle fez um militar tão bonzinho que fica difícil crer nele. Scarlett Johansson não fez jus à atriz que ela é, mas superou muito a atuação dos outros. Mickey Rourke salva o filme no quesito atuação, atuação perfeita, me convenceu durante o filme inteiro. Acho que se eu visse legendado, eu teria me assustado mais com ele.
A história chega a ser bastante confusa, até mesmo para quem vê o filme inteiro. Quando o homem do tapa-olho chega na história, eu não entendi mais nada. Depois disso a história vale a pena pelos efeitos especiais, porque nem conseguir acabar de um modo digno ela acaba. O figurino ficou ótimo, assim como a maquiagem. A fotografia ficou perfeita, quando Mickey Rourke enforca três homens na sala em que está confinado eu fiquei encantado.
O mundo precisa de filmes que saibam acabar e que consigam mostrar a história sem que o público tenha que procurar algo no Google. Esse não conseguiu. De qualquer modo, vale pelos efeitos, pela fotografia, pela atuação de Mickey Rourke e por ver Scarlett Johansson semi nua. Mas aí vai uma dica: Se você ficar em dúvida no cinema, vá ver Robin Hood ou Os Homens Que Não Amavam As Mulheres, que, embora eu não vi, parecem ser melhores do que toda essa promoção que foi Homem De Ferro 2.
NOTA: 5

9 de maio de 2010

Os Sonhadores (2003)

Um filme de Bertolucci com Eva Green e Michael Pitt.

Um filme sobre cinema. Francês. E por incrível que pareça, não se torna chato durante suas quase duas horas. Aliás, o tempo passa voando. O problema é que ele não se contenta em chocar com sua referências atuais à literatura, ao cinema, à guerra e à música, mas coloca uma grande referência ao sexo. Mas não tão grande para fazê-lo virar uma orgia desnecessária, o que ocorreu em Anticristo, do tão aclamadíssimo diretor Lars Von Trier.
Matthew (Michael Pitt), um estudante americano vai a Paris para poder cursar uma universidade e não ir à Guerra do Vietnã. Na França, no meio de uma revolta cultural envolvendo a Cinemathèque parisiense, ele conhece os irmãos gêmeos Isabelle (Eva Green) e Theo (Louis Garrel) e cria uma relação bastante íntima com os irmãos durante sua estadia na fabulosa cidade.
Antes da atuação, gostaria de falar do diálogo. Embora a maior parte seja retirado de alguns clássicos da literatura, alguns ganham mais vida na voz de Eva Green do que em páginas de papel bíblia. Desde "Não existe amor, existem provas de amor" até os mais simples como "Os pais dos outros são sempre melhores que os nossos. Porém os nossos avós são sempre os mais bacanas", todas falas beirando a verdade com uma sintonia que encanta. Embora eles tenham interpretado muitíssimo bem seu papel, eu não gostei. Não gostei dos personagens, por mais parte, afinal os atores só os interpretaram. Os Sonhadores é cheio de pessoas que não conseguem ver outra opinião além da própria e se irritam facilmente com qualquer oposição à verdade que eles creem. Além do que, retrata jovens que explodem facilmente e são totalmente entregados aos prazeres, nem que isso signifique incesto ou o uso constante das drogas para chamar a atenção. Theo mostrou o impulsivo, Matthew mostrou a razão e Isabelle se mostrava entre o meio dos dois, mas se puxava bastante para o impulso.
A história oferece uma grande crítica, tanto a revoluções quanto ao comportamento. E por isso eu gostei do filme, pois ele mostra o errado e o critica. Nunca vi um filme de um diretor conceituado que não tivesse uma boa fotografia. E esse tem uma grande fotografia. O figurino é ótimo, além de todas as referências ao cinema. A maquiagem se junta a ele para criar os efeitos mais incríveis. A trilha sonora passa da linha do magnífico. Fiquei felicíssimo ao ouvir Non, Je Ne Regrette Rien no fim.
Embora tenha várias coisas que me incomodam durante o filme, ele conseguiu se consertar durante o seu fim. Porém não totalmente, de forma que dê uma dupla intenção de a razão, uma hora ou outra, acabar perdendo para os sentidos. Que Descartes não veja esse filme, mas que a juventude veja e consiga ver a crítica, e não ver por ser um Bertolucci.
NOTA: 9

O Curioso Caso De Benjamin Button (2009)

Um filme de David Fincher com Brad Pitt e Cate Blanchett.

O filme é lindo, do começo até o fim, e é uma história cativante. Puxa muito pro lado do drama detalhista e, mesmo com alguns pontos de comédia durante o clímax, conseguiu continuar com o drama em foco, o que eu admiro muito. O problema é a duração do filme, por mais que a história prenda a plateia à tela, 3 horas é tempo demais para um filme ficar maçante, e O Curioso Caso de Benjamin Button fica bastante maçante.
Na Nova Orleans de 1918, após o término da Primeira Guerra, nasce um bebê com um estranho caso: ele tem todos os problemas e a aparência de um idoso no fim da vida. E durante sua vida, ele apenas vai rejuvenescendo enquanto vê os outros envelhecendo e morrendo. Porém, na sua infância ele conhece Daisy (Cate Blanchett) e se apaixona por ela. Mas é preciso esperar que ele rejuvenesça e que ela cresça até terem idades aproximadas para então tem um caso amoroso.
A atuação é muito boa. Uma das melhores de Brad Pitt. Cate Blanchett também está sem qualquer erro durante o filme. A atriz que interpretou Queenie, Taraji P. Henson, também teve uma grande atuação durante o filme. A história é ótima. Embora tenha alguns erros durante o filme, erros bem perceptíveis, é algo bem comovente, acho que não peco ao dizer que um dos melhores filmes de drama que já vi esses tempos.
A maquiagem não peca de modo nenhum, assim como o figurino e os efeitos especiais. O modo de deixar Brad Pitt igual a um velho de 80 anos ficou perfeito, pode-se perceber alguns efeitos, mas não primeiramente. O figurino dos Estados Unidos de antigamente ficou maravilhoso, assim como a maquiagem. A história beira a comédia, mas entra de uma vez no drama, e não peca demais por isso.
Benjamin Button é um filme maravilhoso, com uma grande história e grande lição. Muitas vezes o grande se associa com o não errar, mas temos uma exceção. É um grande filme, nos dois sentidos que eu consigo pensar de primeira. E por ter uma grande duração, a magia que começou nos primeiros minutos se perde após uma hora e meia de cenas detalhistas, porém descartáveis.
NOTA: 8

2 de maio de 2010

Kill Bill: Volume 1 (2003)

Um filme de Quentin Tarantino com Uma Thurman e Lucy Liu.

É o típico filme que todos veem e falam: É Tarantino. Banhos de sangue sem que o filme seja necessariamente um terror, cabeças, braços e pernas decepadas, muito sangue jorrando, armas, o modo de filmagem, a realidade baseada na não-realidade, os personagens característicos, a linha cronológica, e sangue. Só que esse tem algo tão bom quanto os outros. Eu sou até suspeito para falar pois sou um fã de Tarantino. Adoro ver os filmes trash que ele produz, cheios de cliché e referencias atuais, e eles nunca ficam chatos.
Mamba Negra (Uma Thurman), o codinome de uma mulher também conhecida por A Noiva, teve o dia de seu casamento arruinado por seus ex-parceiros, o Esquadrão das Víboras Mortíferas, um grupo de assassinos que incluem Boca de Algodão, codinome de O-Ren Ishii (Lucy Liu) e Cabeça de Cobre, codinome de Vernita Green (Vivica A. Fox). O grupo de homicidas é comandado por Bill, um homem que atirou na cabeça de Mamba Negra, fazendo-a ficar quatro anos em coma. Mas quando ela volta, ela quer vingança.
A atuação de todos está ótima. Todos os assassinos estão com aquela mesma cara de nada pode me atingir, além de que todos os personagens criados por Tarantino são esterotipados, desde a loira fatal até japonesa séria que raramente esboça um sorriso, e quando esse aparece, é sinal de sarcasmo. A história é muito bem feita, e embora tenha os mesmos aspectos de todos os filmes samurais que eu já vi e verei um dia, gostei do fato de que Uma Thurman pode se ferir também, e não ser a fodona que sai de uma luta com 88 pessoas sem nenhum ferimento.
Gostei de Tarantino respeitar a ordem cronológica no filme, Uma Thurman passando mais de 13 horas para mexer os dedos dos pés é algo ótimo, pois é a mesma coisa da realidade, de um modo bem satirizado. A direção de Tarantino é algo excelente, em minha opinião. Gostei bastante do cenário do filme, assim como da maquiagem, exagerada em alguns casos e pouca em outros, e do figurino, afinal, o uniforme de motociclista de Uma Thurman é algo pra marcar Kill Bill.
Com tantas referências e coisas marcantes, desde as formas de assasinato d'A Mamba Negra até os diálogos, desde sua katana até o Pussy Wagon, desde a forma como as memórias apareciam até o tapa-olho da Cobra Californiana, Kill Bill é pra você ver do começo ao fim e falar: É Tarantino.
NOTA: 10

Terror Em Silent Hill (2006)

Um filme de Christophe Gans com Radha Mitchel e Laurie Holden.

Silent Hill, junto com Racoon City, é a cidade mais temida do planeta de videogames. Mas, ao contrário de Racoon City, sua versão cinematográfica ficou tão temida quanto o jogo. Racoon City não quis guardar seus zumbis em apenas um lugar do planeta e os espalhou por ele inteiro, acabando com a fidelidade que existia entre o filme e o jogo. Silent Hill continua do mesmo modo, você vendo pelo referencial de um DVD ou um videogame.
Rose da Silva (Radha Mitchel) é uma mãe preocupada com sua filha sonâmbula, Sharon (Jodelle Ferland), que no meio de seu sonambulismo fala sobre uma cidade chamada Silent Hill. Ela, então, decide ir com sua filha para esse misterioso lugar descobrir o porque de estar na mente da garota. Mas, chegando lá, um acidente ocorre enquanto ela foge da polícia e a menina some. Rose, muito preocupada com sua filha, se une a policial Cybil Bennett (Laurie Holden) para procurar a garota, ao mesmo tempo que a polícia e o marido procuram as três na cidade-fantasma.
A atuação muito bem. Nenhuma chegou a ser uma atuação marcante, mas nenhuma ficou num nível mediano. De uma nota de 0 a 10, os atores receberiam 8. A policial atuou muitíssimo bem, assim como a pregadora da Igreja, Christabella, e a bruxa, Dahlia. Na verdade, todos atuaram bem, mas esses marcaram. A história é a mesma do videogame, então não houve nada de surpresa para quem já jogou Silent Hill. De qualquer modo, foi muito bem bolada, nos mínimos detalhes. Eu não consegui perceber nenhum erro tão grave assim durante o filme.
Como já disse em Horror Em Amityville, filmes de terror nunca pecam utilizando efeitos, cenário, maquiagem e figurino demais. O figurino de Dahlia ficou ótimo, assim como o do Pyramide Head e da maioria dos monstros clássicos do jogo. A maquiagem deles ficou igualmente gratificante, dava para confundir bastante as enfermeiras reais com as do jogo. O cenário de Silent Hill ficou perfeito, toda a neblina, as ruas, o hospital, a escola, tudo ótimo. Os efeitos, dos besouros e dos monstros queimando, nossa, fiquei de quatro por eles. E o filme soube acabar.
Silent Hill já soube fazer uma franquia de jogos que conseguem me assustar até hoje, assim como o épico Resident Evil. Mas ele também soube fazer um filme de terror que eu posso considerar terror, ao contrário de Resident Evil. Em Silent Hill, há pouquíssimas mortes e nada de banhos de sangue, onde a história até puxa para o lado do fanatismo religioso, que eu achei ótimo. E, ele soube fazer um fim que não me surpreendeu no topo, mas me fez ficar maravilhado com um filme que soube terminar.
NOTA: 8

1 de maio de 2010

Horror Em Amityville (2005)

Um filme de Andrew Douglas, com Ryan Reynolds e Melissa George.

Eu não assisti o filme original de Horror em Amityville, pois esse é um remake, então não tenho como comparar os dois. Antes do filme, também não sabia nada sobre os assassinatos em Amityville, pois esse filme é realmente baseado em fatos reais. Ou seja, eu não tenho nenhuma base sobre o assunto Amityville. Mas o fim do filme ficou péssimo. Segundo eu li, a família realmente abandonou a casa, mas o modo como abandonaram ficou horrível.
Após um homem matar a própria família com um rifle na própria casa e cometer um dos piores homicídios já vistos em Amityville, a casa do assassinato fica a venda. Até que um homem, George Lutz (Ryan Reynolds) e sua esposa, Kathy Lutz (Melissa George), procurando uma casa acabam comprando a residência de Amityville, onde eles começam a ouvir vozes até que George acaba adquirindo os mesmos sintomas que o assassino tinha antes de matar toda a sua família.
Eu não consegui prestar muita atenção na atuação de todos, mas eu vi que Ryan Reynolds pelo menos fez um bom trabalho. O modo que ele agia, psicoticamente, durante o clímax do filme, ficou grandioso. O final que quebrou todo o trabalho para a sua atuação. Melissa George também não me convenceu o bastante, ficou no nível do necessário a atuação dela. As crianças me convenceram mais do que ela, falando sério. A história prende durante um tempo, chega ao clímax quando Ryan Reynolds sonha sobre o aposento secreto escondido no porão, mas daí até o fim o filme vai se destruindo. Filmes de terror podem começar maravilhosamente, com banhos de sangue, com doutrinas macabras, com sadomasoquismo ou com uma história psicopata. Agora um que termine bem merece as 5 estrelas. Acho que muitos diretores gostam de ver aquele sonho americano de final feliz, ou de todos ficam feliz, o espírito aparece no final, mas nenhuma continuação acontece, e se acontece, ela acaba feliz.
Nada de especial na fotografia, mas filmes de terror nunca pecam em cenário, maquiagem, figurino, detalhes estéticos. Se você procura um filme de terror com fotografia, vá ver Hitchcock. Os fantasmas e demônios ficaram muito bem feitos, enquanto nada de especial ocorria com as pessoas de vida real. Grandes efeitos também, as pinças perfurando a carne de um índio e o enxame de moscas voando sobre o padre, ficou incrível. O cenário ficou muito bom, como eu disse, filmes de terror nunca pecam nisso.
Muitos falam que o original é bem melhor e que o remake é um lixo. Como eu não posso dizer nada, vou apenas dizer que o clímax do remake é muito bom. Mas o fim é realmente um lixo. Por mim, não dou pontos por maquiagem, figurino ou cenário, pois são características obrigatórias para se ter um filme de terror com o mínimo de qualidade. Até a maioria dos diretores da atualidade perceberem que litros de sangue e carnificina já estão numa fórmula clichê do terror e começarem a criar fins bons me chamem, prefiro ver o que a massa chama de filmes cult do que ver o que eles chamam de horror.
NOTA: 5