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22 de março de 2010

Quase Deuses (2004)


Um filme de Joseph Sargent com Alan Rickman e Mos Def.

Antes de eu ver esse filme que minha mãe recomendou, eu comecei a embromar, dizendo que não deveria ser algo bom, e que eu não consigo suportar esses documentários. Caramba, como eu odeio minha mentalidade sobre o desconhecido. Esse é um dos filmes mais bem trabalhados que eu já vi, o filme inteiro não teve erro algum e os assuntos que faziam o filme foram perfeitamente abordados. Se a atuação não estava boa, nem notei, pois o brilhantismo do filme não me deu olhos pra mais nada.
O filme, que é baseado em fatos reais, volta para a década de 30 nos Estados Unidos, uma década caótica que mostra o caos após a grande crise de 29. Nesse cenário, na cidade de Nashville, um homem negro após ser demitido do seu trabalho como marceneiro arranja um emprego com faxineiro de médico. O homem, Vivien Thomas (Mos Def) se mostra um grande aluno na arte da medicina, além de entender tudo que o médico Alfred Blalock (Alan Rickman) o ensina. 12 anos depois, depois deles se mudarem de Nashville, eles começam a estudar o caso da Tetralogia de Fallot, ou a Doença Do Bebê Azul, uma doença que vinha dizimando recéns nascidos da época, já que o coração era uma área sagrada e desconhecida. Juntos, os dois começam uma bela história para resolver o caso do bebê azul e a luta contra o preconceito.
O roteiro é ótimo. Como eu falei, uma das histórias mais bem trabalhadas que eu já vi. Além do que, a realidade do filme é impressionante. Eu acho que Joseph Sargent merece palmas por tratar o preconceito assim. Tratar o preconceito nos dias de hoje, onde a falsidade beira as emoções para o preconceito não sair, isso é até fácil. Agora trabalhar o preconceito em uma época onde os negros eram empregados ou faxineiros, numa época onde os negros tinham que sair da calçada para os brancos passarem, numa época onde os banheiros eram distintos, ah, isso é algo que merece ser visto. Além do mais, conta a história da medicina, que eu achei fascinante. Pena o preconceito grita mais alto do que o reconhecimento da inteligência em algumas pessoas.
Atuação, tenho que parabenizar Alan Rickman, que não perdeu o personagem e o orgulho em momento algum do filme. Mos Def também teve seus momentos de brilhantismo durante o filme, achei genial. A mulher dele, Clara, também se destacou em algumas partes, sem perder o mesmo orgulho que Alan Rickman teve. O figurino ficou excelente, exatamente aquela imagem estereotipada que temos das pessoas de antigamente. A fotografia não se destacou bastante, a maquiagem também não muito.
O que mais merece ser visto no filme é a história que ele carrega. Trabalharam tão bem assuntos de antigamente que continuam atuais de uma forma tão boa que apagou os possíveis erros do filme, que se existirem passaram imperceptíveis. E que ninguém cometa a minha imagem preconceituosa antes de ver esse filme, que tem bastante para falar sobre o preconceito.
NOTA: 10

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