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20 de junho de 2010

The Runaways (2010)

Um filme com Kristen Stewart e Dakota Fanning.

The Runaways foi muito difícil de ser avaliado pelo simples motivo que aparece no pôster acima: "é 1975 e elas estão quase explodindo". The Runaways é um filme feito em 2010 retratando o ano em que o rock 'n roll estava no seu auge: homens maquiados e usando saltos-altos e cantando heavy metal, David Bowie estava no ápice da carreira, a atitude rebelde e inconsequente e as frases feitas para se criar uma superioridade e indiferença, as drogas em todo o lugar e todas as frases referentes a orgias e orgasmos. Isso tudo em 1970 era a chave para o sucesso. Hoje em dia é muito clichê. E para se ver The Runaways o clichê tem que ficar de lado e todas as atitudes rock star tem que estar na frente.
Cherie Currie (Dakota Fanning), uma garota de 15 dos anos 70 que curte o rock bastante, faz uma apresentação na escola vestida de David Bowie, mas seus colegas não conseguem apreciar o modo revolucionário da garota e a vaiam. No dia seguinte, enquanto Cherie está num bar, ela conhece Kim Fowley (Michael Shannon), um produtor que a apresenta a Joan Jett (Kristen Stewart), uma guitarrista a procura de uma vocalista para sua banda. E assim começa as The Runaways, uma das primeiras bandas só de mulheres num mundo totalmente machista, que explodiram com sucessos como "Cherry Bomb" e "I Wanna Be Where The Boys Are".
A trilha sonora é ótima, já vale pelo filme. Varia desde Suzi Quatro, que pelo modo parece a favorita de Joan Jett, até os grandes sucessos do Joan Jett And The Blackhearts. Isso passando por vários sucessos de David Bowie, Peggy Lee, Iggy & The Stooges e, é claro, The Runaways. E o filme ainda nos delicia com versões cantadas pelas próprias Dakota Fanning e Kristen Stewart. A atuação fica ótima, ainda mais se você está acostumado com a Kristen Stewart sem graça e sem emoções da série Crepúsculo. Ela foi ótima, sua atitude rebelde promoveu os melhores momentos durante o filme. Dakota Fanning também esteve impecável, encarnou uma ótima Cherie Currie. O resto das atuações tiveram seus altos e baixos, algumas me chamaram a atenção e outras ficam num nível mediano, mas nenhuma pode ser considerada ruim.
A história, bem, é verídica. Pelo menos na visão de Cherie Currie, pelo que eu entendi do filme. E retrata muitíssimo bem a era do caos que se ergueu pelo mundo nos anos 70, graças ao advento do rock. A maquiagem e o figurino ficaram excelentes, eu vi Joan Jett em Kristen Stewart quando o filme estava perto do fim. E não acho que alguma outra atriz, por mais excelente que seja, consiga interpretar Cherie Currie tão bem quanto Dakota Fanning. A fotografia ficou excelente em várias partes do filme. Mas os diálogos para mim foram o ponto fraco, isso porque eu continuo enxergando os diálogos como parte do século 21 e não de meados do século 20. Eu realmente não consegui achar alguma beleza nas filosofias de bêbado de Kim Fowley, onde orgasmos, paus, sexo e orgias eram jargões de suas frases.
The Runaways é grande porque é verdadeiro. Eu não sei se todas as garotas da banda viveram toda aquela pressão, eu não sei o que é verdade ou o que é mentira do filme, mas tudo me soou tão real que eu me senti uma criança ingênua, acreditando em tudo que falavam na tela. Minto, não tudo. No começo foi difícil de me acostumar com o modo de Joan Jett e eu não me convenci por nada que o homem da rádio falou no fim, mas me convenceu durante a maior parte do filme e me fez ver a beleza de uma das milhares de bandas de rock que ficaram famosas em anos em que minha mãe nem sonhava em ter filhos.
NOTA: 7

8 de junho de 2010

Amor Sem Escalas (2009)

Um filme de Jason Reitman com George Clooney e Anna Kendrick.

Amor Sem Escalas é um filme clichê. Um filme bonito que tenta se esquivar dos clichês ao máximo e consegue sua missão com uma atmosfera de viagens e aviões. Mas bem no fundo Amor Sem Escalas é um filme que segue qualquer tradição clichê e tem uma lição bem clichê, embora disfarçada. A história pode ter o máximo de criatividade que puder, encobrindo tudo com as 10 milhões de milhas, mas eu ainda vejo algo no esqueleto dela que eu já vi em algum outro filme. Ou melhor dizendo, outros filme.
Ryan Bingham (George Clooney) é um homem pago para poder demitir funcionários de empresas e para isso ele viaja pelos Estados Unidos, despedindo quem não pode dar mais lucro. Graças ao emprego, ele começa a fazer de aviões a sua verdadeira casa. Até que, quando a empresa de expulsões vê que as viagens não dão tanto lucro, ela começa com um programa para se demitir através da internet. Na frente desse programa está Natalie (Anna Kendrick), uma mulher que acha que pode resolver todos os problemas da empresa com a tecnologia. Com a entrada desta jovem e uma outra mulher, Alex (Vera Farmiga), na vida de Ryan, ele começa a ver o que é mais importante para ele: ser um homem com emoções e com uma vida ou conseguir as tão esperadas 10.000.000 de milhas.
Gostei da atuação feminina neste filme. Vera Farmiga está impecável, consegui captar o que ela quis transmitir. Anna Kendrick me surpreendeu como revelação durante boa parte do filme, mas tudo acabou com a cena de choro dela, que embora o começo tenha sido até real, o clímax da choradeira acabou com qualquer momento. George Clooney foi só caras e bocas engraçadas e divertidas. Mas ele é um bom ator e provou isso em alguns momentos do filme.
O roteiro, baseado em um livro. Embora eu tenha apenas criticado o quão clichê foi, eu gostei de um aspecto no filme. Todos os filmes que eu vejo, algo que não era um paradigma acontece e deixa o clímax com muito suspense. Nesse filme a falta do costume foi tratada com tanta normalidade que me deu agonia. E eu gostei bastante disso. A trilha sonora foi boa, e eu adorei a fonte que foi usada no começo do filme, me lembrou algo bem vintage. O humor do filme foi tudo, menos clichê. Não sei porque classificam como comédia se o momento mais engraçado se resume a Clooney e Farmiga contando cartões. A maquiagem, o figurino e a fotografia foram bem normais. Em algumas partes raras a fotografia me chamou a atenção.
Vamos complementar a frase do início: Amor Sem Escalas é um filme clichê, mas um ótimo filme clichê. Apesar de tudo, o que eu mais enxerguei no filme foi um fim que conseguiu dar um desfecho esplêndido e não deixar várias perguntas no ar. Além disso, embora a maioria dos atores não demonstrasse expressões, fizeram isso no momento certo. E, mais do que isso, a lição que o filme passa é lindíssima e tristíssima ao mesmo tempo. E isso conta muito mais pra mim do que as inspirações usadas pro roteiro.
NOTA: 8

7 de junho de 2010

Príncipe da Pérsia: As Areias do Tempo (2010)

Um filme de Mike Newell com Jake Gyllenhaal e Alfred Molina.

Filme da Disney. Acho que depois disso posso encerrar a resenha. Embora a Disney tenha voltado às suas animações com moral, princesas e tudo mais, os filmes "de gente" dela só estão ganhando as telas. Mas se há alguma diferença entre o animado e o real? Nenhuma. Piratas do Caribe, Encantada, Alice, todos filmes feitos com atores, e atores bons para o uso em filmes para crianças. E Príncipe da Pérsia não fica fora disso. Com milhões de efeitos para encantar os fãs mais jovens, diálogos super mastigados, um mundo onde tudo dá certo, isso sem esquecer o beijo mais esperado do filme, que no fim se mostra um selinho.
Durante uma briga no mercado persa, o rei da Pérsia, Sharaman (Ronald Pickup) vê um garoto fazendo grandes acrobacias e lutando como um guerreiro, e desde então o rei o adota como seu filho. Esse garoto cresce e se torna Dastan (Gyllenhaal), um homem forte e corajoso. Até que um dia seus irmãos decidem atacar a cidade de Alamut em busca de armas. Dastan, contra isso, obedece os irmãos e força a entrada para a cidade, onde a princesa Tamina (Gemma Arterton) é capturada e forçada a casar com o futuro príncipe da Pérsia. Mas Dastan, em sua luta, descobre uma adaga que é capaz de voltar no tempo e vê que Alamut foi invadida por nada.
A atuação ficou medianíssima, se é que essa palavra possui um superlativo. Jake Gyllenhaal é muito mais capaz do que isso. Embora eu adore suas caras e bocas diversas, ele manteve a mesma cara de safado sortudo durante o filme inteiro, e quando a câmera avançava nele ele apenas abria um sorrisinho sarcástico, que poderia ser totalmente descartável. Gemma Arterton manteve a mesma pessoa durante o filme todo, nem depois que aquela super moral mal-feita aparece ela muda. Acho que das atuações só posso salvar Alfred Molina, que conseguiu, além de ser o melhor entre os grandes atores na superprodução, conseguiu trazer um pouco de comédia para o filme, embora fosse forçadíssima.
O roteiro, pelo que parece, seguiu com firmeza o jogo Príncipe da Pérsia, em que o filme foi baseado. Eu não tenho nenhuma opinião sobre esse jogo, pois só tive contato com ele através de um joguinho de celular onde os gráficos eram péssimos. Os efeitos se sobressaem em qualquer momento, alguns momentos eu me peguei assistindo um Matrix: Arábias do que um Príncipe da Pérsia. As lanças passando por um raspão, momentos em câmera lenta, só faltou uma tecnologia 3D para ele virar um clichê. Boa maquiagem, ótimo figurino. O filme fala o tempo inteiro em "belas palavras" ou "grande irmãozinho, sempre sabe a frase certa". Os diálogos do filme me fizeram chorar de desgosto, além de não gostar das frases feitas, não gosto que alguém na tela fique lembrando que as palavras são bonitas.
Embora o roteiro seja bastante original e eu não me lembre de qualquer outro filme assim desde Aladin, não me convenceu muito e bateu um grande arrependimento de ir ao cinema para ver isso. Um filme que até convence como ação e não peca pelo excesso de efeitos, mas chega a ser de longe um dos piores trabalhos de Gyllenhaal.
NOTA: 4

4 de junho de 2010

O Zodíaco (2005)

Um filme de Alexandre Bulkley com Justin Chambers.

Eu vivo reclamando de filmes que sabem começar com algo magnífico, que faz as pupilas dilatarem, cujo fim é horrível e não passa nada do que o filme deveria. Esse filme conseguiu a proeza de fazer o contrário. O início, o clímax e, bem, todo o filme com a exceção dos últimos 4 minutos foram totalmente descartáveis. Mas o fim foi grandioso. E só uma pergunta surge na minha cabeça, e é COMO?
Em 1969, na cidade de Vallejo, um assassino aparece em pleno Natal e mata duas vítimas. Algum tempo depois, ele se torna um serial killer conhecido como Zodíaco na pequena cidade de Vallejo. Um policial, Matt Parish (Justin Chambers) assume o caso e faz de tudo para poder controlar a série de assassinatos, para que ele possa ver sua vizinhança sossegada de novo, nem que para isso o criminoso se torne uma obsessão. Baseado em fatos reais.
O roteiro é péssimo. Com uma história baseada em fatos reais, era mais fácil criar algo baseado em cima disso, e se fosse criado corretamente, o Zodíaco estaria perto de assassinos renomados no meu conceito, pois gosto da forma como ele se apresenta. Mas segundo o filme o retratou, um assassino que matou 37 pessoas mas com um ar tão falso, ele não chega perto de Charles Manson, que com o assassinato de menos de 10 pessoas virou um símbolo do serial killer. E eu continuo me perguntando: COMO? Além disso, o roteiro poderia ser muito mais aproveitado. Ele deixou várias coisas ainda para serem resolvidas e que poderiam ter deixado o filme ruim de 1h30 num filme bom de 2h40.
A atuação deixa muito a desejar, a fotografia não tem nada que a faça mais especial do que em qualquer outro filme, o modo de filmagem é completamente normal, algumas cenas surgem sem nenhuma explicação e outras desaparecem do mesmo modo e se houve alguma trilha sonora, eu realmente não prestei atenção. A arte dos pôsteres promovem algo completamente diferente. As coisas que podem ser salvas nesse filme são a maquiagem, que é boa em todo o filme de suspense, o fim, que é magnífico, e talvez o figurino, nada de anormal nele.
Se utilizado de forma diferente, O Zodíaco poderia ser uma superprodução, e embora isso possa irritar as orelhas mais alternativas, seria bem melhor do que o filme que eu vi hoje a tarde. Com uma história dessas de serial killer, um filme no mínimo mediano poderia ser feito. Mas n'O Zodíaco tudo age, respira, conversa tão falsamente que eu me esqueci completamente que a história foi verdadeira.
NOTA: 2

3 de junho de 2010

À Espera De Um Milagre (1999)

Um filme de Frank Darabont com Tom Hanks.

Supervalorizado, com atuações bem medianas, piadas clichês do nível de F.R.I.E.N.D.S., ainda num filme de drama. Eu idolatro Stephen King, acho os livros dele obras de arte, quase que deusifico ele como um dos mestres da literatura. Mas essa não foi uma boa adaptação da indústria cinematográfica. Está certo que o roteiro seguiu o original bastante, mas realmente não gostei do quanto dizem que esse filme é perfeito e tudo mais. Minha mãe me disse que era um dos mais bonitos que ela já viu na vida, quero saber o que a faz pensar desse modo que eu não consigo.
No ano de 1935, no corredor da morte de uma prisão em Louisiana aparece um condenado à morte pelo assassinato e estupro de duas crianças. Mas desde que o prisioneiro entra na cadeia, Paul Edgecomb (Tom Hanks), o chefe da guarda da prisão, nota algo de diferente nele. O condenado, John Coffey (Michael Clarke Duncan), é um negro alto e forte, porém dócil. E quando ele começa a mostrar que tem um dom especial, o chefe vê que ele realmente não foi o culpado.
Eu uso o google chrome, e ele tem correções automáticas. Nisso, quando eu escrevi John Coffey, ele escreveu John Coffee. Engraçado, o filme começa a despontar até da internet. O roteiro do filme é inteiramente brilhante, não por ser obra de King, mas por ser belíssimo mesmo. A maquiagem foi bem feita em alguns momentos, a da mulher com o tumor foi ótima. A fotografia, excelente, assim como o figurino. A trilha sonora é muito bonita, não há como não se emocionar com o musical que passa no começo e no final do filme, onde a música "Cheek to Cheek" é ouvida.
A atuação ficou me lembrando bastante um sitcom, eu sei exatamente onde eu dividiria os "episódios" do filme. Como eu falei há umas 20 críticas, eu não gosto do modo que o cinema mistura comédia com drama. Se o gênero principal for uma comédia, o drama exagerado utilizado a fará ficar escrachada. Se o gênero principal for um drama, a comédia tira todo o momento em que o filme está para deixar no ar atores rindo discretamente. De qualquer modo, gostei de Sam Rockwell, embora seu personagem fosse o mais estereotipado de todos. Tom Hanks e Michael Clarke Duncan me chatearam com toda aquela história de bonzinho, embora o fim do filme tenha sido indescritível e a atuação tenha melhorado uns 60%.
Realmente, À Espera De Um Milagre não tem nada que eu não tenha visto em uns 10 filmes americanos, embora a história seja viciante e o filme consiga te prender de um jeito que você se emociona com as menores partes e ri das piores. O fim, como eu disse, é impagável e já é um bom motivo para se ver o filme. Mas na dúvida entre ele ou o livro, prefira as páginas, não as imagens.
NOTA: 7

1 de junho de 2010

O Sexto Sentido (1999)

Um filme de M. Night Shyamalan com Bruce Willis e Toni Collette.

Acho muito difícil achar um filme de suspense atualmente que cause tanto impacto quanto O Sexto Sentido. Um filme que continuou com seu impacto do começo ao fim, que pode ter muitas interpretações, um filme com uma grande fotografia, um filme que conseguiu impressionar o mundo não com a atuação do grande Bruce Willis, mas de um garoto, um filme com um fim nada menos que incrível. E embora o filme seja muito supervalorizado e embora eu só aumento isso falando do filme assim, ele realmente merece, os filmes supervalorizados normalmente tem algo de melhor para serem considerados assim e O Sexto Sentido tem muitos aspectos para entrar nesta lista.
Cole Sear (Haley Joel Osment) é um garoto com segredos que não conta para ninguém. Até que um psicólogo, Malcolm Crowe (Bruce Willis), surge para tentar ajudar o garoto numa tentativa de reconciliação de um caso perdido. Até que o laço entre os dois se torna bastante forte e Malcolm descobre o que Cole nunca tinha contado para ninguém: Ele pode ver gente morta.
A atuação é magnífica. Bruce Willis me convenceu totalmente durante todo o filme, sem nenhuma exceção de cena. O garoto, Haley Joel Osment, ficou perfeito. Nunca vi uma criança atuando tão bem e ter diálogos tão fortes quanto ele. "Eu vejo gente morta" se imortalizou como uma das grandes frases do cinema. Toni Collette me surpreendeu com seu papel nesse filme, ela conseguiu me convencer de tudo o que estava sentindo, embora ela não faça uma boa mulher dormindo.
O roteiro é muito bom, conseguiu fazer uma história de suspense sem precisar de banhos de sangue ou mortes esplícitas. A fotografia e a maquiagem ficaram perfeitos, assim como em todo filme de suspense que se preze. O figurino também ficou muito bem feito. Os diálogos ficaram surpreendentemente bons, eu não esperava que o garoto roubasse tanto a cena quanto falam, mas a maioria dos diálogos do filme se tornaram épicos por conta dele.
O Sexto Sentido é um filme clássico que merece ser chamado de clássico. Por prender o espectador na tela durante e após todo o filme. Por ter atores grandes que não caíram de seu trono durante o filme e ter atores amadores que conseguiram subir até o topo. Por começar bem e terminar ainda melhor.
NOTA: 9