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19 de março de 2010

Um Sonho Possível (2009)

Um filme de John Lee Hancock com Sandra Bullock e Quinton Aaron.

Realmente, é uma história extraordinária. Embora tenha no fundo aquela moral bem clichê de você sempre pode fazer melhor, é uma moral bem trabalhada nesse filme, que foi a primeira vez que eu consegui me emocionar vendo um filme que mistura drama e esportes.
O filme conta a história verdadeira de Michal Oher (Quinton Aaron), um jovem negro filho de uma mãe viciada em drogas. Ele, cuja média é em torno de 0,6, foi aprovado pelas escolas só para poderem passar o problema para outros, porém o garoto tem um ótimo instinto de defesa. Desde que Leigh Anne (Sandra Bullock) vê o garoto passando na rua morrendo de frio, ela decide levá-lo para casa para passar a noite. Mas a família mal sabe que uma noite leva a vida inteira e que a vida mostra uma grande e emocionante história de superação, tanto nos estudos quanto nos esportes.
Atuação. Sandra Bullock foi realmente incrível. Quando eu comparo A Proposta com Um Sonho Possível, eu começo a pensar como alguém pode melhorar tanto assim em meio ano. Sandra Bullock mereceu mesmo ganhar seu prêmio de melhor atriz, por ter feito uma "cebola": pra se emocionar primeiramente precisa tirar as camadas. Quinton Aaron eu só posso me lembrar de Preciosa para comparar as histórias: dois atores novatos que roubaram a cena boa parte do filme, com uma atuação brilhante. O bom do filme é que quando os dois entravam juntos em cena, ninguém brilhava mais, os dois brilhavam igualmente. O que era bom na maioria das vezes, pois muitos atores coadjuvantes pecaram e cometeram alguns erros no filme. E ainda mais, quando os dois brilhavam e entravam juntos, eu não conseguia ficar sem me emocionar. Nas cenas onde o garoto dizia que era a primeira cama que ele teve e em que ele colocou seu braço entre o air-bag e o irmão, nossa, as lágrimas bateram na porta.
Roteiro foi bem bem bem. Primeiramente, ele foi baseado em um livro, então eu não posso dizer se o livro foi feito para emocionar, para rir ou para incentivar o esporte. Agora o maior pecado desse filme foi no ápice das lágrimas. Quando a emoção vinha à tona, alguém contava uma piadinha ou começava com o sarcasmo. As lágrimas voltavam de onde vieram para dar lugar ao riso, o que me decepcionou bastante no filme. Fotografia não se destacou muito, nem muito boa. Figurino e maquiagem foram normais. Como sempre, o filme não funcionaria sem a trilha sonora, feita por Carter Burwell, que também participou da trilha de Crepúsculo. Algumas cenas são feitas para serem acompanhadas de música, ou seriam descartáveis. A direção também foi bastante boa, teve uma cena onde a câmera se moveu tão perfeitamente que eu fiquei babando na cadeira, figurativamente.
A atuação merece bom crédito, mas o filme não merece tudo.. Principalmente porque fizeram errado o décimo primeiro mandamento: não misturarás drama com comédia. O filme perdeu sua merecida 1 estrela graças a isso, pois esses são dois gêneros bem distintos, que eu nunca misturaria. Se é para se emocionar, faça drama. Se é para rir, faça comédia. Aprenda isso, John Lee Hancock, e nunca mais faça Sandra Bullock sair de uma mulher severa e dura para uma mulher irônica de uma hora pra outra.
NOTA: 6

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