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27 de março de 2010

Volver (2006)


Um filme de Almodóvar com Penélope Cruz e Carmen Maura.

OK, sempre tem aqueles que vem com "Nossa, Almodóvar e Penélope Cruz, não precisa nem ver o filme, 5 de cara". Almodóvar é um diretor brilhante, Penélope é uma atriz perfeita. E linda. Mas nem sempre a fórmula do sucesso estrondoso surge desses dois. E quando eu falo sucesso, eu não falo de ganhar 1 ou 2 Oscars e não sei quantos Globos de Ouro. Sucesso entre um ou outro grupo social, que começou a adotar qualquer filme que não seja Hollywoodiano. A tribo alternativa começou a adotar demais O Fabuloso Destino De Amélie Poulain e Volver como 'filosofias de vida'. Um dia eu ainda descubro o porque.
Volver conta a história de Raimunda (Penélope Cruz) e Soledad (Lola Dueñas), duas irmãs que, após a morte dos pais, voltam a aldeia onde eles moravam para visitar o túmulo e uma tia muito doente, Paula (Chus Lampreave). Voltando a Madrid, a cidade onde elas moram, a filha de Raimunda, Paula (Yohana Cobo) quase é molestada pelo pai, Paco (Antonio de la Torre), que morre com uma facada. Desde então histórias antigas e secretas vão se desenrolando pouco a pouco e pioram quando a tia delas morre e Soledad, que vai ao enterro, descobre que o espírito de sua mãe voltou para lhe assombrar.
A atuação de Penélope Cruz rouba a cena de qualquer outra coisa que se mova durante o filme. Penélope Cruz é uma atriz cujo nível fica sempre acima do extraordinário, além de ter uma beleza que fica acima do esplêndido. Então quando ela entra em cena, não tem como não olhar para outra coisa senão ela. E ela é uma ótima atriz mesmo, qualquer papel que ela interpete eu me convenço de cara. Carmen Maura ficou em segundo lugar na atuação do filme, não posso dizer que foi tão incrível quanto Cruz, mas fez um bom trabalho. O resto na atuação foi de lástima para baixo. Uma coisa que eu não gostei nesse filme foi a atuação das outras pessoas, que pareciam uns robôs que não demonstravam sentimentos. Toda situação para eles que envolvia alguma surpresa, eles demonstravam com profunda indiferença. Então meus sinceros parabéns a Penélope Cruz, a única pessoa que sabe derramar lágrimas e rir no mesmo filme, não fazer um meio-termo entre eles durante o filme todo.
A história é bem confusa durante a primeira hora. Desde então o espectador pode começar a ir adivinhando as situações, que vão se mostrando cada vez mais simples. Então quando o fim chega, não é surpresa para muitas pessoas os diálogos que ocorrem. O desenlace vai se mostrando cada vez mais fácil e quando você vê, já acabou. As fotografias dos filmes de Almodóvar são sempre lindas, então acho desnecessário falar do que achei dela. Mas achei linda mesmo quando Raimunda começa a limpar todo o sangue de Paco no chão. A direção está impecável, pois o diretor é Almodóvar. O figurino, nossa, perfeito. Acho que todos do filme são naturais de Madrid, mas os figurinos de acordo com os costumes, isso foi ótimo pra mim. A maquiagem também ficou ótima.
Está certo que o diretor é Almodóvar e a atriz principal é Penélope Cruz. E está mais do que certo que os dois fizeram um ótimo trabalho, belíssimo filme de Almodóvar e Cruz no auge de sua atuação e beleza. Mas o foco fica demais nos dois, e isso fode com o filme, pois arrisca a atuação e a história inteira.
NOTA: 6

Um comentário:

André Luiz Tonon disse...

Volver trata de vários temas, dos quais gostaria de destacar um em específico: o perdão. Que nada mais é do que o regresso a um passado mal assimilado, por mais obscuro ou profundo que ele seja. Não à toa, em sua cena inicial, o filme abre com um plano sequência em um cemitério, aonde mulheres limpam tumbas em meio a uma enorme ventania (o perdão pós morte não seja, talvez, o mais difícil e doloroso?).

A quem interessar, desenvolvi um pouco sobre o filme aqui: http://luiztonon.blogspot.com.br/2016/06/volver.html