Um filme de Oliver Dahan com Marion Cotillard e Gérard Depardieu.
Em alguns filmes, eu me esqueço do roteiro e só vejo a atuação, tendo que ver o filme novamente para poder verificar o que eu perdi na estória. Björk me fez chorar em sua obra prima Dançando No Escuro. Eu senti toda a fúria de Nicole Kidman em Dogville e em sua excelente Virginia Woolf de As Horas. Ri demais com Cecilia Roth em Tudo Sobre Minha Mãe. Não imagino uma melhor Clementine de Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças do que foi Kate Winslet. A estreia de Mo'nique no ano passado em Preciosa deu o que falar. Adoro conferir, sempre que posso, a brilhante Hilary Swank em Menina de Ouro ou no também premiado Meninos Não Choram. E Julianne Moore, posso dizer que sua atuação em Ensaio Sobre A Cegueira foi acima de qualquer expectativa. Piaf é a obra prima de Marion Cotillard, e é realmente uma obra prima que não ocorre duas vezes no mundo.
Desde pequena, Edith Piaf (Marion Cotillard) sofre. O filme narra sua história desde quando era criança, quando tinha que viver nas ruas francesas com sua mãe cantora. Após isso, o pai foi buscá-la e a deixou na casa da avó, que é um cabaret, onde ela teve convivências diárias com a vida de um bordel. Edith ficou cega mas se curou milagrosamente por uma oração à Santa Teresa, a tornando uma mulher religiosa desde então. Quando o pai vai buscá-la, ela começa a cantar para poder ganhar sua vida no mundo, se tornando a francesa com o vozeirão que ela foi. Além disso, toda a vida pública de Edith foi explorada para mostrar os caprichos e a polêmica que ela sofria.
Como falei, a atuação é impecável. Única. Conheci o trabalho de Marion Cotillard com sua pequena participação em A Origem, deste ano. A partir daí, vi Nine, um musical do ano passado em que ela cantou lindamente. E sua atuação só ia crescendo. Agora, com Piaf - Um Hino Ao Amor, ela chegou ao auge. Toda a modificação que a atriz sofreu foi incrível, desde Piaf em sua época de cantora de cabarés até a Piaf de 47, na véspera de sua morte. Parece que Edith Piaf desceu em Marion Cotillard nesse filme, todos os trejeitos que ela usava durante sua cantoria lembram a francesa. A fotografia e o figurino estão incríveis. Acima deles eu coloco a maquiagem e a trilha sonora, que ficaram fantásticas.
Além de ter uma atuação indescritível, o roteiro ainda é simpaticíssimo e emocionante. Cada história é uma história, e mesmo Edith Piaf sendo orgulhosa e cheia de caprichos, sua estória é linda, até chegar ao ponto de lotar um show em sua primeira apresentação após um desmaio. O fim, com Edith cantando sua bela Non, Je Ne Regrette Rien, foi perfeito, a música combinando com toda a sua vida. As duas e longas horas do filme se passam num minuto em meio a sua beleza e todo o sofrimento de Edith Piaf.
Piaf - Um Hino Ao Amor é uma beleza com suas músicas cativantes, seu cenário encantador e seu roteiro delicioso. Mas a fama do filme é gerada por aquela que conseguiu transmitir o sofrimento da polêmica cantora francesa, aquele que utilizava das doenças, do movimento dos ombros, do cabelo, das roupas, das mãos, do quadril, de tudo, para ser Edith Piaf. Ovaciono as duas mulheres no filme, tanto Edith Piaf quanto Marion Cotillard.
NOTA: 9
3 comentários:
Ah, grabriel nem preciso dizer mais nada, você já falou tudo. O filme é uma maravilha mesmo e Cotillard está ótima!
Otimo texto e mostra o quão intenso e marcante é esse filme, Oscar merecido pra Cotillard!
eu dormi no meio do filme...acabava NUNCA...mas gostei das partes que ví , é bom. ( gabri , preciso te indicar um filme pra vc ver e postar aqui.*.* )
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