Um filme de David Slade com Ellen Page e Patrick Wilson.
É bem divertido para se passar uma tarde, um suspense que consegue prender e, com apenas duas pessoas, o filme é levado inteiramente. Mas é muito supervalorizado. Já ouvi tantos comentários bons desse filme e o único que eu consigo concordar é que ele apresenta uma ótima atuação, e Ellen Page está ótima. Realmente, é um bom filme sobre toda a questão da pedofilia, mas existem outros bem melhores, já que esse mostra através de placas de procurado e de fotos inexistentes. Embora isso sirva para aumentar a tensão do público, não serve para retratar o mundo frio em que homens de 40 anos estupram garotinhas de 16. E, cá entre nós, a história não tem uma motivação sólida.
Através de uma sala de bate-papo, o fotógrafo de 30 anos Jeff Kohlver (Patrick Wilson) conhece a menina de 14, Hayley Stark (Ellen Page). Os dois, para poderem se encontram, combinam numa lanchonete. Tudo ocorre perfeitamente: eles conversam sobre livros, a profissão dele e o último show do Goldfrapp, além de ele comprar para Hayley uma camiseta. Quando ela pede para ir a casa de Jeff tirar uma fotos, ele fica receoso, mas concorda. Chegando lá, ela prepara umas bebidas com uma garrafa de vodka e os serve para ela começar o "show". Mas Jeff desmaia e quando acorda vê que Hayley vasculhou sua casa inteira procurando ligações entre ele e uma menina desaparecida.
Para mim, a atuação salva o filme. Ellen Page está fantástica, não chega a ser uma atuação memorável mas chega a me fazer crer em sua história. Patrick Wilson me surpreendeu, achei ele muito bom durante a metade do filme para frente, só no começo que ele me pareceu meio travado. Adorei a trilha sonora e a fotografia. Achei o figurino espetacular em Ellen Page, pelo que eu entendi foi uma metáfora à história de Chapeuzinho Vermelho, coisa fácil de perceber pelo pôster. Mas dava para chamar o filme de A Revolta Da Chapeuzinho, onde ela se vira contra o lobo numa vingança macabra.
O roteiro é bom pela dúvida que ele causa. No início, temos a imagem de Jeff como um aliciador de meninas. No clímax do filme, temos Hayley como uma menina psicótica. E no desfecho, temos uma reviravolta. Tirando isso, nada de mais. Tem filmes muito melhores que retratam a pedofilia. Temos Mistérios Da Carne, Má Educação, Lolita e A Dúvida como exemplos (alguns que conseguem criar o aspecto pedofílico sem imagens explícitas, apenas com a dedução do público). E o fim foi péssimo. Se ele tivesse terminado uns 7 minutos antes do verdadeiro fim, eu aplaudiria. Mas terminou com Ellen Page sendo uma justiceira que gosta de castrar pedófilos. Por falar nisso, 1/3 do filme foi um diálogo maçante de Ellen Page com Patrick Wilson sobre como ela ia castrá-lo com apenas um livro de experiência.
Não há necessariamente uma mocinha e um bandido em Menina Má.com. O filme tem uma reviravolta interessante e poderia ter dado certo se fosse feito de uma outra maneira. O julgamento da película se deu praticamente pela atuação e não pelo roteiro. Foram boas metáforas, bons diálogos no geral e uma boa atuação. Mas a história se perde no meio de outras iguais que flertam um pouco mais com a ousadia da pedofilia.
NOTA: 7
Um comentário:
Já tem um tempo que vi o filme, lembro que na época gostei muito do filme, porém no final de tudo fiquei com muitas dúvidas, tenho que revê-lo. As atuações do filme são ótimas!!
Abs.
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