Um filme de Mans Marlind e Björn Stein com Julianne Moore e Jonathan Rhys Meyers.
Um filme que poderia ter sido bom, pois conseguiu usar dois ótimos temas para preencher as lacunas: a psicologia e a religião. E conseguiram trabalhar bem com esses temas. Não me levem a mal, mas acho que o filme realmente seria melhor aproveitado se conseguisse focar em apenas um desses, pois juntando os dois ele virou uma fórmula de suspense clichê. Um filme que tinha explicações lógicas e rápidas se tornou um filme onde personagens vem e vão e mistérios surgem a toda hora, nada que altere drasticamente a compreensão da obra.
Caroline Jessup (Julianne Moore) é uma psiquiatra bastante cética cujo trabalho é diagnosticar os pacientes que o pai lhe deixa, possíveis pessoas com um distúrbio de múltipla personalidade. Mas desde o começo da sessão mostra-se que essa verdade não faz parte do campo de visão dela. Porém ela começa a entrar em dúvida a partir do momento em que seu pai lhe apresenta David (Jonathan Rhys Meyers), um de seus novos pacientes, um paraplégico que parece comum à primeira vista. Mas Caroline conhece outra parte desse misterioso homem, Adam, um daltônico que consegue andar.
Tenho uma idolatração estranha por Julianne Moore depois que vi Ensaio Sobre A Cegueira, achei a atuação dela lá tão perfeita que tudo que ela faz parece ótimo. E não acho que ela decepcionou nesse filme, achei tão boa quanto qualquer coisa que ela fez. Grande atriz. Jonathan Rhys Meyers teve uma atuação como numa montanha russa. Achei que ela tinha potencial (demonstrou isso no começo do filme), mas a partir do momento em que ele levantava do nada e olhava para a câmera com uma cara macabra a atuação dele virou algo que se vê em qualquer thriller de hoje em dia.
A história conseguiu se manter, só dou créditos a isso. Se o filme tivesse seguido com Julianne Moore provando seu ponto sobre a inexistência do distúrbio patológico, poderia ter sido melhor. Se o filme tivesse uma reviravolta e mostrasse a patologia de Rhys Meyer justificada através de uma lição estupenda e equivocada de religião, como ocorreu em Contatos de Quarto Grau, também poderia ter sido melhor. Mas a ousadia de misturar a religião com a mente humana e mais elementos que poderiam ser até descartáveis num suspense inteligente, não teve um clímax tão bom. Embora eu tenha gostado do fim, tenho que admitir que foi o que eu esperava, nunca se espera um Felizes Para Sempre de um suspense.
Começou bem e terminou mal, esse é O Abrigo. Embora sua atuação e uma boa parte do roteiro salve suas partes descartáveis, ele até consegue chegar entre um top 50 de melhores de 2010, um ano tão ruim para o cinema. É um filme que vale a pena assistir, para se caçar explicações após o fim, mas não tão bom para criar uma linha de pensamento universal sobre patologias neurológicas.
NOTA: 7
2 comentários:
Cara, sofro do mesmo mal que vc, eu simplesmente amo a Julianne, rs
Depois que a vi em AS HORAS, passei a ver todos os seus filmes e em nenhum acho ela horrível ou fora do contexto, hahaha. Ela é uma ótima atriz, vi um filme dela esses dias que até te recomendo, caso vc goste de filmes surreais ou afins, é o Marie & Bruce, mas se prepare para não entender nada, hahaha.
Quero ver este O ABRIGO.
Abs.
ah, achei mais um fã da Julianne (:
vi a resenha do seu blog sobre Marie & Bruce, já entrou na minha lista de próximos filmes.
abraços.
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