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28 de dezembro de 2010

A Rede Social (2010)

Um filme de David Fincher com Jesse Eisenberg, Andrew Garfield e Justin Timberlake.

Facebook. Atualmente mais de 500 milhões de pessoas tem. Fácil você identificar isso, hoje em dia na maioria dos sites que você entra há uma propaganda do facebook, ou então quadradinhos com um "F" num fundo azul, te levando à página do facebook do dono. Eu ainda não sou uma dos seguidores do facebook, mas estou inclinado após o estrondoso A Rede Social, o novo longa de David Fincher, diretor também do Clube da Luta e d'O Curioso Caso de Benjamin Button. Fincher foi meu primeiro motivo de ver o filme. Depois foi a avaliação. O filme, que já tinha estreiado nos Estados Unidos, teve um sucesso de crítica imensa por lá, chegando a pontuação de 93 em sites populares, mesmo com 1 mês após a estreia.
Numa noite de 2003, na faculdade de Harvard, Mark Zuckenberg (Jesse Eisenberg) leva um fora de sua namorada, Erica Albright (Rooney Mara). Alguns minutos depois ele fala mal dela no seu blog e decide criar um site comparando as meninas das universidades locais, se tornando um sucesso estrondoso em poucas horas. Esse sucesso traz certo interesse em Zuckenberg, dando a ele a oportunidade de criar um site de relacionamento apenas das universidades. Junto com seu amigo Eduardo Saverin (Andrew Garfield), eles criam o TheFacebook, site que também vira sucesso. Atualmente, Zuckenberg é o mais jovem bilionário do mundo e seu Facebook se tornou o tabajara dos sites de relacionamento. A Rede Social é a visão de todos os ângulos da história entre a criação e o sucesso do website.
É incrível a capacidade de David Fincher para criar obras desse peso, até mesmo quando o assunto chega a ser maçante. Por mais que seja a rede social mais utilizada no mundo, a estória do facebook poderia não ter o mesmo sucesso em outras mãos, do mesmo modo que a película de Fincher não seria um estouro se o filme falasse do myspace. Em certo momento do filme, o protagonista diz que está checando o número de usuários do facebook na Bósnia Herzegovina. A resposta da interlocutora diz muito, "Uau, não há ruas asfaltadas por lá, mas as pessoas têm facebook". É um filme atual, com as marcas características da globalização e com personagens que carregam carapaças já conhecidas nas costas. O ritmo incontrolável, intensamente levado por Jesse Eisenberg até o desfecho, e a transição entre histórias pós e pró criação do website deu muito certo, trazendo uma carga emocional altíssima para o que poderia ter sido um documentário frio sobre o mundo empresarial e as batalhas sofridas por um jovem estudante de Harvard para criar um dos maiores sites de relacionamento existentes.
Outro fator para o sucesso do longa foi Jesse Eisenberg. Desde o início já conhecemos o lado nerd e desbocadamente sincero de seu personagem, o que o traz a característica de babaca logo cedo. Essa palavra pode resumir o jovem bilionário dono do facebook que nos é mostrado nas telas. Mas é um babaca tão caricato, cheio de manias, que é impossível não adquirir certa simpatia pelo evidentemente simples e inofensivo Mark Zuckenberg e suas frases frenéticas e longas que parecem estranhas no mundo dos negócios. E ao mesmo tempo que há essa simpatia no fim, o resto da duração ele se torna um dos babacas mais odiosos da tela, tornando-se, paralelamente, o vilão e o mestre das relações sociais. Zuckenberg é apenas um estudante, babaca, claro, que tem problemas de relacionamento e por isso cria um site de relacionamento que se torna estrondoso. Do mesmo lado, temos Andrew Garfield, que faz um personagem cheio de extremos e sensibilidade e deveria ser mostrado como vilão na visão do "protagonista", mas se mostra às vezes o verdadeiro protagonista.
O novo drama de Fincher tem seus pontos baixos, claro. Com uma história de linearidade alterada, personagens com estereotipos bem executados e fatos cabeludos de uma empresa super bem sucedida, a obra corria o risco de virar um clichê, e dos grandes. Ainda bem que o filme chega um pouco além disso. O ponto culminante do filme são os ótimos personagens que seguimos, mostrando seus lados humanos à flor da pele. Mark Zuckenberg é quase um Cidadão Kane do século 21. Divertido e cativante, tudo de A Rede Social deveria ser visto por todos os 500 milhões de amigos existentes no facebook e adorado. Ou então, muitíssimo odiado.
NOTA: 8

3 comentários:

James Lee disse...

Ae gabriel, tudo bem fera ?
enfim, acabo de chegar da sessão de "A rede social", depois de tanta espera. Apesar de ter gostado, eu esperava mais o filme. Sei lá, simplesmente não achei assim tão bom....

abs ;)

renatocinema disse...

machete deve demorar para sair em dvd. mas, sai. eu que estou com inveja.kkk. queria assistir rede social e ainda não consegui.

abraços

e até 2011 com essa troca de boas dicas.

pseudo-autor disse...

O filme não é tudo que eu queria que fosse, mas levando em consideração a sordidez dessa geração nerd que está ficando milionária, achei um filme justo. Só não acho que mereça todos os prêmios de 2011.

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