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3 de abril de 2010

Lolita (1962)

Um filme de Stanley Kubrick com James Mason, Shelley Winters e Sue Lyon.

Esse é outro exemplo de filmes como Volver, onde o diretor leva o crédito por tudo e as críticas chovem favoravelmente apenas por ser um filme de Stanley Kubrick. Mas eu já vi filmes bem melhores do que Lolita e, embora Kubrick seja um dos diretores que eu mais admiro, não foi mesmo o melhor filme dele. Se esse filme foi o primeiro que você viu de Stanley Kubrick, não se desaponte. Sugiro alugar O Iluminado, Laranja Mecânica ou 2001: Uma Odisséia No Espaço, os famosos onde ninguém se decepciona.
O filme trata de um professor de literatura europeia que vai aos Estados Unidos lecionar. Porém, como ele não conhece ninguém no país, ele decide pagar o aluguel de uma casa e se hospeda lá. A dona da casa, Charlotte Haze (Shelley Winters), fica apaixonada por ele na mesma hora que o vê, mas a paixão não é recíproca a partir do momento em que o professor vê a filha de Charlotte, Dolores Haze, ou Lolita (Sue Lyon). Desde então, o professor fica completamente apaixonado pela menina de aproximadamente 14 anos que chega a casar com a mãe da garota para ter um tempo a mais com ela. Mas desde que a paixão se torna uma obsessão, ela começa a ficar perigosa.
A atuação é muito boa, considerando a atuação da época em que o filme foi lançado. Pena que nem todos os atores conseguiam fazer uma cena de choro muito bem. Quando Sue Lyon chora pela morte da mãe, ele me convenceu a partir do momento em que sua face apareceu na câmera, antes disso os gemidos que ela emitia sugeriam um parto. Eu gostei bastante da atuação de Peter Sellers, ele fez um perfeito louco. A fala rápida que ele deu para característica da personagem ficou ótima, e a atuação dele no começo do filme, falando respostas diferentes das perguntas e com sua fala rápida, me deu bastante agonia. A direção, bem, é de Stanley Kubrick. Então não preciso dizer muita coisa, pois embora Lolita seja um trabalho ruim para seu patamar, continua sendo melhor do que muitos filmes de hoje em dia.
A fotografia começou boa, depois regrediu, mas voltou à beleza de antes. Toda vez que Sue Lyon entrava em cena, a fotografia ficava perfeita, acho que deve ter sido algo proposital pelos efeitos que o filme quer passar. Mas quando os Sue Lyone e James Mason estão no primeiro hotel e ela deita com os pés para cima na cama de casal, a fotografia dessa parte ficou perfeita. O roteiro é totalmente baseado em um livro, mas vamos ver o que eu entendi. Lolita é um filme cuja palavra que o define é sensualidade. Toda vez que Lolita não estava na cena era algo morto, mas quando ela entrava tudo mudava. O balanço dela, a forma de andar, todos os movimentos eram captados para ela, para a sensualidade roubar a cena. Quando Peter Sellers se fingiu de psicólogo e começou a falar da garota na escola, é o tipo de garota que todos imaginam como uma perfeita puta: uma garota reprimida sexualmente em casa que libera todo o seu libido na rua. Mascando chiclete, gemendo em aulas, falando manso, tudo isso gerando a sensualidade da menina. Outra coisa bem trabalhada foi a mente humana, coisa que Stanley Kubrick sabe trabalhar muitíssimo bem. O padrasto que reprimia a garota e queria mantê-la longe do mundo para ficar apenas com ela e ela com ele, o típico caso de amor doentio, ciumento e egoísta. O figurino e a maquiagem também foram muitíssimos bem trabalhados, coisas que devem ser levadas em conta nesses filmes de época.
Lolita é uma história que conseguiu revolucionar a época, principalmente porque esse foi o começo de um grande clichê que nos segue até hoje: As meninas cujos movimentos só mostram o sex appeal contido nelas.
NOTA: 8

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