Um filme de Paul Thomas Andersson com Tom Cruise, Julianne Moore e Philip Seymour Hoffman.
Não gosto muito de comparar e de ficar repetindo isso. Mas Magnólia se encaixa perfeitamente na situação de Donnie Darko. Eu vi Magnólia de um modo que talvez você não veja e nem todas as conclusões sobre o filme são as mesmas. Mas, do modo que você for ver, duvido que você não se apaixone pela história, seja esta vista de um modo religioso ou filosófico, de um modo antropocêntrico ou apenas por diversão.
Earl Partridge (Jason Robards) é um produtor de televisão casado com Linda (Juliane Moore), e se encontra em estado terminal de câncer. Ele começa a viver com um enfermeiro, Phil Parma (Philip Seymour Hoffman) e então, num momento de desabafo, confessa que uma coisa que ele gostaria de fazer antes de morrer é poder falar com o filho que ele não vê há muitos anos, Frank Mackey (Tom Cruise), um homem que faz auto-ajuda para homens poderem controlar as mulheres. Do outro lado, encontra-se Jim (John C. Reilly), um policial divorciado que tem dificuldade em interagir com os outros, até que por um chamado ele conhece Claudia (Melora Walters), uma viciada que é filha do apresentador de TV Jimmy Gator (Philip Baker Hall), um homem que descobre que tem câncer num momento importante de sua vida, e se vê obrigado a deixar de lado a apresentação de seu programa "O Que As Crianças Sabem?", que teve como um dos grandes ganhadores nos anos 60 Donnie Smith (William H. Macy) e agora tem como principal atrativo uma criança prodígio, Stanley Spector (Jeremy Blackman), um garoto que sofre a pressão do pai para ganhar o programa a qualquer custo.
A história é grandiosa. Tudo se interliga de repente, durante o gran finale, embora as linhas da teia já estivessem feitas desde o começo da trama. E será que é uma coincidência ou uma ironia tudo se ligar de repente? Como falei anteriormente, Magnólia tem várias interpretações e todas são consideradas corretas porque Paul Thomas Andersson criou um mundo de respostas para esse filme, seja nas insinuações feitas em rodapés da tela, seja nas mensagens que insistem em aparecer a cada segundo. Magnólia é um filme tão simples que se complica no meio, e daí as pessoas começam a ver o que querem, seja um drama familiar natural ou uma chuva de sapos. Ótimo como todos os personagens se relacionaram, se não direta, indiretamente.
A atuação. Um filme com tantos atores bons conseguiu colocar uma atuação impecável em todos. Tom Cruise está ótimo, não vale nem a pena comparar com o último filme que eu falei, Encontro Explosivo. Adorei a atuação de Julianne Moore, adoro-a no geral, mas ela realmente se encarnou na hipocondríaca arrependida. Não me lembro de ter visto algum filme com Melora Walters, mas ela também foi ótima. Até o mais jovem do filme, Jeremy Blackman, me emocionou com a sua história de garoto não amado pelo pai. Achei a atuação de William H. Macy um pouco exagerada no começo, mas no fim vi que era bastante necessária para mostrar o quão perturbado emocionalmente ele é. A fotografia do filme está ótima, assim como a trilha sonora. Adorei a parte em que todos cantam Wise Up, de Aimee Mann.
Magnólia é confuso por sua simplicidade, mas no final a história é puxada de um modo que o nó se desfaz e o que se forma são outras cordas. E é exatamente isso que merece ser aclamado nesse filme, se eu vi abacaxis e você viu bananas, nós dois estamos certos, pois a obra é um leque de respostas e insinuações, e todas corretas.
NOTA: 10
Nenhum comentário:
Postar um comentário