Assim como Quase Deuses, um filme que trabalha em cima do preconceito. Ao contrário de Quase Deuses, o trabalho só aparece por algumas partes do filme e não muito bem trabalhadas. O problema de Guardião de Memórias é que é um filme que conseguiu o que queria pela metade. Enquanto ele queria emocionar e chocar com o preconceito, ele quebrou essa intenção no meio colocando a felicidade em todos os lares.
Uma mulher (Gretchen Mol), que está em casa no meio de uma nevasca, começa a sentir contrações. É o bebê que ela andou esperando há 9 meses. O marido, David Henry (Dermot Mulroney), que também é o doutor que fez o parto, viu que a mulher não esperava apenas um, mas dois filhos. E a filha nasce com Síndrome de Down. No que ele vê, ele se lembra de sua infância, e deduz que a filha não durará muito tempo. Então ele dá a pequena Phoebe (Krystal Hope Nausbaum) para a enfermeira Caroline Gill (Emily Watson) e pede para deixá-la num abrigo para pessoas com Down. A enfermeira, que não consegue largar a garota lá, a leva para casa e a cria. Desde então David tem de conviver com a família que vem apresentando vários problemas e vem virando um inferno de pouco em pouco, enquanto Phoebe cresce feliz e saudável - porém cheia de preconceitos.
A atuação é cheia de altos e baixos. Mas nenhuma atuação excedeu a linha do ótimo, todas ficaram bastante medianas nos melhores momentos. Embora Emily Watson e Gretchen Mol tenham sido bem boas, a atuação caiu durante o filme. Mas as duas conseguiram a credibilidade de volta no fim. Krystal Hope Nausbaum fez um ótimo trabalho, assim como as outras duas, mas também não me convenceu o bastante em algumas partes. O figurino ficou normal, do modo que as pessoas se vestem no dia-a-dia. A maquiagem funcionou para Emily Watson, que no passar dos 25 anos eu realmente notei certo envelhecimento no modo de vestir, de andar e na aparência. Mas parece que Gretchen Mol e Dermot Mulroney não envelheceram.
A fotografia não me mostrou nada de mais, foi bem parada. Eu também não gostei muito do modo de retratar o filme, onde a cada 5 segundos alguém voltava no tempo e tudo ficava em preto e branco. O roteiro poderia ser mais trabalhado em cima do preconceito, que ficaria um filme ótimo. A parte que eu vi sobre preconceito não foi muito bem trabalhada, um juiz que deveria ser parcial e pacífico chamando pessoas com Down de mongolóides ou retardados. Eu não imagino como era o preconceito na década de 70 nos Estados Unidos, mas não acho que chegou a esse patamar.
Se o roteiro me surpreendesse mais, ao invés de mostrar uma história fraca e feliz, com atuações bem medianas e uma fotografia abaixo disso, talvez a nota do filme fosse até maior. Mas o Guardião de Memórias não é algo que vai ficar na minha memória.
NOTA: 4
2 comentários:
Você é um péssimo comentarista, pois vê-se que fala de coisas que desconhece, como por exemplo o preconceito na década de 70. Vc queria que o filme tratasse de preconceito, mas isso é o que vc queria, e não o que o filme se propôs a ser. O foco do filme é a angústia do pai, e não o preconceito da filha. Se vc quiser mudar a história, então escreve seu próprio livro, e não fica arranjando defeito nas histórias dos outros.
As crianças Down eram sim tratadas como mongolóides, e não só lá nos Estados Unidos.
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