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15 de fevereiro de 2010

Vicky Cristina Barcelona (2008)

Um filme de Woody Allen com Penélope Cruz e Scarlett Johansson.

OK, eu posso perder todos os meus leitores até agora que não sei porque me acharam alguém que vê muitos filmes e tem críticas interessantes: Esse foi o meu primeiro e único filme do Woody Allen. Mas não estou nem um pouco decepcionado com o filme, muito pelo contrário. Que filme bom, um belo fim, um belo roteiro, embora meio bobo no começo com uma tendência bem O Fabuloso Destino de O Fabuloso Destino de Amélie Poulain em sua narrativa, termina magnificamente.
O filme começa com Vicky (Rebecca Hall) e Cristina (Scarlett Johansson) indo a Barcelona passar suas férias de verão. Vicky, uma mulher que gosta de viver amarrada com alguém e passar com esse alguém sua vida, está noiva e não procura nada em Barcelona. Cristina, uma mulher aventureira que busca a felicidade em sua vida, começa suas férias de Barcelona procurando a pessoa que vai fazê-la feliz. Até que as duas veem Juan Antonio (Javier Bardem), um pintor que acaba de sofrer um divórcio escandoloso com Maria Elena (Penélope Cruz). E nessa viagem cada uma acha o que não queria achar.
O roteiro? Acho que já falei no início. Esplêndido. O filme mostra uma Barcelona irreal, mas lindíssima. Ao retratar apenas os focos turísticos da belíssima cidade, até as cenas onde Penélope Cruz fuma em frente a um galpão pichado são dignas de um cartão-postal. Os personagens são complexos mas fáceis de entender. Fica confuso lendo isso, melhor é ver o filme. Vicky é uma mulher que sabe exatamente o que quer, que é viver junto a uma pessoa num romance banal e estudar sobre a cultura catalã em Barcelona. A ida traz exatamente o que não quer, que é uma relação conturbada e instável transformada num quadrado amoroso, junto com o fim de seus planos. Cristina não sabe o que quer. É a informação mais útil sobre sua vida, pois isso lhe acompanha por todo o filme. O problema é que, no momento que o desfecho chega, ela entra numa contradição digna de curto-circuito. Não consegue viver amarrada em ninguém, nem que esse namoro não seja convencional e ainda tenha como direitos o adultério. Mas não consegue mais viver longe do amor depois de sua experiência maravilhosa na maravilhosa Barcelona.
Figurino, é o que usam hoje em dia, atual. Nada difícil de se encontrar. Maquiagem, idem ao figurino. A trilha sonora se constitui de guitarras espanholas e de uma maldita música sobre Barcelona que passa durante o filme. O aviso: uma música muito chiclete, consigo ainda ouvir o sotaque. Atuação. Penélope Cruz merece palmas, não é a toa que ganhou tantos prêmios de melhor atriz coadjuvante. Scarlett Johansson também, ótima atriz num papel de uma inconformista desafiadora. Uma mulher com insatisfação crônica, assim como Cruz diz. Rebecca Hall também merece seu destaque, e que destaque. Sua personagem, difícil e de uma frieza típica, ficou perfeita. Javier Bardem também atua magnificamente. Os outros atuaram bem, mas nada que mereça destaque.
A perfeita atuação, o grande quadrado amoroso entre os 4 personagens principais, o experimentalismo, a vida alternativa, as críticas sobre o paradigma que é viver e o medo de ficar muito tempo em uma única coisa, o belíssimo fim. Tudo marca essa nova fase de Woody Allen. A vontade de conhecer a mágica Barcelona fica grande, principalmente com a beleza ofuscante de Penélope Cruz e Scarlett Johansson nas mesmas cenas. Maldito bastardo sortudo que é Javier Bardem.
NOTA: 9

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