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4 de julho de 2013

A Casa Vermelha (2012)

Um filme de Alyx Duncan com Lee Stuart e Jia Meng Stuart.

Filme visto no 2º Festival Internacional de Cinema de Brasília, Mostra Competitiva.

Na minha experiência minúscula como crítico de cinema, percebo que tema recorrente em filmes é o amor. Mas, assim como os filmes, muitas formas de amor vem de maneira interpretada. Amor interpretado não é amor real, por mais que alguns realmente se aproximem ou até cheguem no ápice de fazer um olhar emocionar a plateia. Alguns dizem que amor não depende só de interpretação, eu digo que depende sim. Um diretor, editor, roteirista, músico podem fazer obras belíssimas de transformar um cinema em rios de lágrimas. Amor na vida real só necessita de um casal.

A Casa Vermelha é um quase documentário feito por Alyx Duncan, a filha de Lee Stuart e a enteada de Jia Meng Stuart, os dois astros da fita. O casal mora em Nova Zelândia, mas Jia vem de uma família chinesa. Desde complicações em sua terra, ela e o filho pequeno vieram a Nova Zelândia e conheceram Lee. Muitos anos depois, os pais de Jia passam por complicações e ela tem de voltar a China e passar algum tempo longe de seu marido.

O filme é quase um documentário porque, graças a algumas entrevistas recentes da diretora, percebemos que a construção do conflito é falsa e não aconteceu na vida real. O cinema-verdade não é tão verdadeiro assim. Tal situação, porém, dá sentido ao título do filme, assim como cria grandes interpretações do verdadeiro porquê de A Casa Vermelha ser um grande filme sobre o amor.

O que é um lar? É consenso artístico que lar não é sinônimo de casa. Lar é onde o conforto está, a segurança está, o bom está. Lar não é necessariamente família, não é necessariamente aconchego. A casa vermelha, que dá nome ao longa, é um espaço pequeno. Não é o sonho de ambição de muitas pessoas - e Lee deixa claro isso ao falar da intromissão de turistas nas ilhas neo-zelandesas. A casa é só o suficiente para dois corações em dois corpos diferentes poderem viver sem qualquer problema. A casa, porém, nada mais é do que um espaço físico.

Eu posso e você também pode contar quantas vezes falam um "eu te amo" em A Casa Vermelha. Uma vez. Apenas uma vez, na voz de Jia, com o sotaque chinês ao falar inglês para a compreensão do marido. Enquanto Jia e Lee não fazem esforço para mostrar a fita o que é a vida que levam, o título cai por terra. A casa vermelha nunca foi um lar: o parceiro é que sempre foi o bastante para ser a morada do outro.

Um comentário:

renatocinema disse...

O amor é a base da vida.

Se sua experiência é minúscula, o que duvido, ainda assim é rica e culta.

Essa obra não conheço.....quem sabe nas férias.

abs