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24 de fevereiro de 2011

Santuário (2011)

Um filme de Alister Grierson com Ioan Gruffudd e Alice Parkinson.

O nome que se sobressai nos pôsteres liberados de Santuário é o de James Cameron, responsável pela criação de um mundo novo no sucesso do ano passado Avatar. Por vários motivos. Primeiramente, para o marketing causado pelo nome dele, que vem sendo o novo deus do cinema após ele ter levado milhões de pessoas para verem, em uma experiência 2D ou 3D, o mundo de Pandora e todos os seus aliens azuis. Em segundo lugar, e não menos importante, porque ele é o "protagonista" de Santuário. Ao recriar um cenário com a tecnologia 3D nessa trama claustrofóbica debaixo d'água, ele que sai ganhando nesse filme que só perde. Com atuações medíocres para baixo e com um drama sustentado por uma relação pai e filho que não se aprofunda nos cansativos 110 minutos de sessão, é meio difícil decidir se ele realmente vale a pena ser visto pela tecnologia e pelos cenários com tantos inconvenientes.
O explorador Frank McGuire (Richard Roxburgh) lidera uma expedição às misteriosas cavernas na costa australiana, consideradas "o último local inexplorado do planeta". Junto com seu filho Josh McGuire (Rhys Wakefield); Carl (Ioan Gruffudd), o principal financiador da viagem; Victoria (Alice Parkinson), a namorada dele; e o parceiro de Frank, George (Dan Willie), eles partem para explorar o submerso. Porém, quando uma tempestade aparece, eles ficam sem modo de voltar para o mundo exterior, presos numa caverna sem existência da saída. O filme é baseado em fatos reais, na experiência de um dos roteiristas, Andrew Wright.
O filme é bastante claustrofóbico, e toda essa tensão é conferida apenas por uma visão conturbada que o público tem do que se passa pela caverna, através de efeitos e técnicas sensoriais para o espectador sentir o frio e a apnéia e que o transferem para o mesmo ambiente fechado e nauseante que os atores se encontram. A iluminação é caótica, e varia entre uma lanterna que não fica parada até os raios solares batendo na água, para que as pessoas possam sentir e ver o que há nas telas. O 3D é bem aproveitado aqui, tanto que ele confere algumas coisas à mais para a sessão. O problema é que apenas cenário e fotografia, por mais bons que sejam, não conseguem trazer toda a tensão do filme. O resto fica por conta do péssimo elenco. Não é possível levar a sério uma relação tão falsa e clichê quanto a de Rhys Wakefield e Richard Roxburgh ao tentarem criar um péssimo sentimentalismo familiar. Por mais que a história seja baseada em fatos reais, é difícil se prender em Santuário com tamanha previsibilidade num roteiro e canastrice nas atuações. E, por mais que essa pieguice não acabe, Roxburgh é o melhor do filme. É até difícil de acreditar até se ver um Ioan Gruffudd tão tenso quanto o clima do filme, um Rhys Wakefield que chega a dar vergonha e uma Alice Parkinson que se torna, rapidamente, a mais irritante da sessão.
Santuário é um filme que transborda aflição em seus cenários apertados e seu clima claustrofóbico. Ficar preso numa caverna, que só se enche de água, com o oxigênio acabando, é simplesmente perturbador. Ainda mais se lembrarmos que pessoas realmente vivenciaram essa tensão além das telas de cinema. Mas o filme para por aí. Se ele fosse um filme mudo de bonecos Lego, talvez poderia ser bem melhor do que encarar atuações dignas de um Framboesa de Ouro. A tensão da película é quebrada através das situações que se perdem mais do que os exploradores. A brincadeira da sessão é adivinhar o que vai acontecer na próxima cena, e o problema é que quase sempre a previsão se torna realidade. Entretem até certo ponto, depois se torna uma diversão descartável. Só não vá ao cinema esperando uma obra prima. James Cameron esteve em Titanic e Avatar e, por mais que ele salve a estética da sessão, ele não faz milagres para tornar o filme em uma obra-prima.
NOTA: 5

2 comentários:

Ricardo Morgan disse...

Será que vou ter que baixar esse filme ao invés de ir ao cinema? hehe Mas ainda vou ver hehe

Rodrigo disse...

Olha, sobre as atuações, estou contigo. Todos estão ruins, em especial o Ioan Gruffudd. Porém a diretora faz um grande trabalho, dixando o filme um pouco melhor do que aparenta. Mas de qualquer forma, é um filme dispensável. Abraços.