Um filme de Quentin Tarantino com Kurt Russell, Rosario Dawson e Vanessa Ferlito.
Após 3 anos de atraso, À Prova de Morte finalmente chega ao Brasil para se juntar com sua cara metade de 2007, Planeta Terror, dirigido por Robert Rodriguez. Os dois fazem parte do projeto Grindhouse, que me pareceu uma paródia aos filmes B da 50 anos atrás. Lá vemos novamente a marca de Tarantino brilhando na tela: sua paródia é colorida e preto-e-branco, cheia de diálogos e brincadeiras com palavras, referências à cultura pop e filmes de anos atrás, cheio de explicitações de violência e sexo, com bastante sangue, lutas e mulheres gostosas. Agora o que é aproveitável do filme? Não muita coisa. Mas o filme num todo é que promove a graça com o resto: cenas subentendidas por cortes do filme propositais, como se estivéssemos vendo um filme antigo onde as cenas são cortadas abruptamente, diálogos imensos que não alterariam a ordem se fossem cortadas, golpes de kung-fu feitas por mulheres aparentemente fracas e corridas excitantes e longas.
Jungle Julia (Sydney Poitier) é uma DJ conhecida no território texano. Ela planeja um fim-de-semana inesquecível com suas amigas Arlene (Vanessa Ferlito) e Shanna (Jordan Ladd) no interior de Austin. Sua noite começa num bar de beira de estrada, onde todas bebem bastante para começar a festa com chave de ouro. Mas as garotas mal sabem que, para ter o fim-de-semana dos seus sonhos, elas precisam sobreviver a Stuntman Mike (Kurt Russell), um dublê perturbado, cuja alegria se resume a uma sangria realizada através de seu carro.
O filme é uma sátira atrativa. Dividido em duas partes, que podemos nomear a doença de Kurt Russell e a cura de Kurt Russell, o astro do filme é Kurt Russell. Isso é mostrado através das falas cada vez mais densas de seu personagem, enquanto as mulheres aparecem apenas para dizer da festa de ontem à noite, e de como ficaram 20 minutos beijando tal garoto. Tarantino as coloca como "principais-coadjuvantes" para terem aquele aspecto de aparecer apenas para ser gostosa, o que realmente era a função delas em vários filmes envolvendo carros. Os pilotos sempre são os principais, mas há uma mulher gostosa para abaixar a bandeira. Os ângulos, as transições, a fotografia, tudo é atrativo em Tarantino. Seja num plano aberto com quatro garotas em câmera lenta, seja num close em saias, metades de caras, carros ou cigarros. Há uma cena em que o celular de Abernathy (Rosario Dawson) toca a música Twisted Nerve, a mesma assobiada em Kill Bill por Daryl Hannah. Coincidências ou referências? Na atuação, Kurt Russell, Rosario Dawson e Vanessa Ferlito fazem os personagens mais memoráveis.
Carros velozes e mulheres peitudas, um acidente suspeito na cidade mais caricata dos Estados Unidos. Tarantino esfrega o clichê na tela propositalmente para que todos tenham um bom momento assistindo sua película. O desfecho do filme prova isso, após golpes contínuos de artes marciais, um pulo congelado no ar e... THE END. Se um outro diretor fosse fazer À Prova de Morte, apenas 20 minutos dessa ideia original seriam aproveitados. Mas eu não sei quanto a vocês, prefiro um trash cômico de 114 minutos desnecessários a um filme maçante de apenas meia hora.
NOTA: 8
2 comentários:
"Á prova de morte" é um filme excelente, Tarantino fez uma bela homenagem aos filmes trash. Assisti o filme no cinema e saí encantado da sessão. Acho este melhor do que "Planeta Terror", já que Rodriguez fez um filme trash, enquanto que Tarantino faz mais uma sutil homenagem, é mais válido.
Mas no resultado final eu gosto dos dois!
[]'s
VOU CONFERIR!
mas, não sei a razão, não me senti interessado por esse projeto Grindhouse.
Abraço
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