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7 de dezembro de 2010

Planeta Terror (2007)

Um filme de Robert Rodriguez com Bruce Willis e Rose McGowan.

Enquanto Tarantino em sua parte cria uma atmosfera brincalhona usando sua técnica já vista nos filmes anteriores, Robert Rodriguez cria o cúmulo do trash. As falhas colocadas ao longo do filme para serem caracterizadas como um filme B antigo servem apenas para criar a impressão de mais mal feito ainda, enquanto em À Prova de Morte elas se parecem mais com uma sátira. O grande problema de Planeta Terror é seu exagero obsessivo. Claro, não vejo como criar um trash sem exagerar, mas este exagera tanto a cada minuto que fica tão maçante quanto os diálogos imensos de Tarantino.
Cherry Darling (Rose McGowan) é uma go-go-girl que acaba de se demitir para achar outro rumo para sua vida. Além de seu fiasco de emprego, ela ainda tem que aguentar seu ex-namorado El Wray (Freddy Rodriguez) em seu pé, tentando reatar o namoro. Enquanto eles voltam para casa, várias pessoas são transformadas em zumbis sanguinários numa base militar perto. Esses zumbis arrancam a perna de Cherry, que coloca uma metralhadora em seu lugar. Assim, os dois criam uma resistência aos zumbis para tentar salvar suas vidas e dos outros não infectados, como a dra. Dakota Block (Marley Shelton), uma anestesista que tenta sobreviver à vingança do marido.
Em meio a piadas repetitivas e um roteiro mal construído, há uma coisa que o filme consegue colocar com perfeição, que foram os personagens bem trabalhados. Realmente, eu nunca iria pensar numa go-go-girl com pernas de metralhadora para lutar contra zumbis sedentos por sangue, ou então numa anestesista que parece estar de ressaca durante o filme inteiro, que ataca seus inimigos com um kit de agulhas que ela carrega na perna. Se tem algo de divertido no filme são os diálogos. Embora alguns não se salvem ao criar certo humor negro e tentarem ser engraçados, outros são impagáveis, caracterizando bem o filme de Rodriguez. Na atuação, eu prefiro os papéis de Rose McGowan e de Marley Shelton, que fazem uma caracterização ótima dos personagens. Jeff Fahey, que faz o irmão do xerife, é outro que merece atenção, embora todo o seu diálogo pelo melhor churrasco do Texas me pareça meio forçado. Freddy Rodríguez é o que menos me chamou a atenção, talvez pelo seu personagem com uma sátira tão excessiva que me cansou, o mesmo argumento que eu uso contra o filme.
É uma mistura entre a paródia e a originalidade exagerada. Divertido para se ver e estranho para se comentar. Planeta Terror é uma mistura de trailers falsos, rolos perdidos, metralhadoras, personagens que arrancam testículos, furúnculos imensos, nojo e sexo combinados, com muito sangue, mulheres bonitas e uma ideia já batida. A intenção realmente era criar uma ideia já batida, então isso é levado em consideração. Embora no papel a ideia de Tarantino se mostre bem menos atraente para mim do que a de Rodriguez, na prática À Prova de Morte se encaixou bem melhor no quesito técnica. Direção, trilha sonora, fotografia, ângulos, enquadramentos, cenários e uma atuação bem mais convincente estão na segunda parte do projeto Grindhouse. De Robert Rodriguez só sobraram os risos de incredulidade à medida que a trama se arquiteta.
NOTA: 6

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