Um filme de Rob Marshall com Daniel Day-Lewis, Kate Hudson, Penélope Cruz, Nicole Kidman, Judi Dench e Marion Cotillard.
Musicais são lindos quando bem cantados. Nine é um musical que beira entre a essência do cabaret francês com um pop chiclete de hoje em dia, com vozes bonitas como a de Fergie e de Marion Cotillard, e outras nem tão bonitas mas que ficam na cabeça, como a de Kate Hudson. E mesmo com esses altos e baixos tão distintos, é um ótimo musical, com belos figurinos, fotografias, coreografias e trilha sonora. Porém não achei a história tão bem trabalhada. Por tentar colocar explicações em formas de lembranças dentro das músicas, comprometeu um pouco com o andamento da história ao invés de experimentar uma onda inovadora. Além do mais, embora com esse elenco perfeito, muitos personagens beiram o clichê total que estraga atuações fácil, fácil.
Nine é a história de Guido Contini (Daniel Day-Lewis), um cineasta que já passou de sua época de sucesso e cujos últimos filmes fracassaram na indústria cinematográfica italiana. Porém, querendo burlar o destino, ele começa a promover freneticamente seu próximo filme, Italia. Mas ele tem um bloqueio e não consegue escrever, pois começa a entrar numa crise existencial graças as várias mulheres de sua vida, como sua falecida mãe (Sophia Loren), sua esposa Luisa Contini (Marion Cotillard) e sua amante Carla Albanese (Penélope Cruz).
A trilha sonora é cheia de vozes femininas, vemos que quando Daniel Day-Lewis canta no seu ápice dramático algo que foi criado no filme é quebrado pela voz grossa dele. Mas no geral, são músicas boas. Vemos toda a intenção que Marion Cotillard canta em seus dois solos. Sophia Loren canta belíssimamente, mas com intenções demais, tornando sua canção escrachadamente bonita. As outras músicas são bonitas a seu modo. Judi Dench cantando igual uma cafetina sobre Folies Bergère e Fergie com sua magia sobre ser italiano. E, claro, Kate Hudson exalando toda a sensualidade e fúria de uma modelo em preto e branco "Contini is Cinema Italiano".
Adorei Marion Cotillard, além de ter uma linda voz, é uma ótima atriz. Ficou perfeita. Sophia Loren e Judi Dench também estavam ótimas, mais Judi que Sophia. Gostaria de ter visto mais um pouco de Fergie e da Nicole Kidman, elas conseguiram me convencer no pouco que apareceram. Tentei mesmo gostar de Daniel Day-Lewis e Kate Hudson, mas os personagens deles não me convenceram hora alguma, talvez por serem demais estereotipados em filmes de comédia. Aconteceu o mesmo com Penélope Cruz, mas o fim de sua atuação também foi o cume dela. O roteiro se perdeu em meio a tantas músicas, a tanto brilho, a tantas cores e a tantas lembranças.
Durante todos os sotaques arrastados, os figurinos apertados e a canções tristes e animadas, Nine só consegue passar uma coisa com seu roteiro esquecido: como ser italiano é uma canalhice sem fim, cuja sina é magoar todos ao redor. Com toda certeza eles queriam passar mais, isso eu não tenho dúvida. Mas se você faz um musical, é importante se focar na história mais do que nas músicas. Adoro musicais bem cantados quando você vê que eles desenlaçam uma história, não a complicam.
NOTA: 6
2 comentários:
Eu achei um musical bem meia-boca, e olha que adoro o gênero, achei as músicas muito iguais, as cenas musicais não se "conversam entre si" são apenas cenas desconexas, e o roteiro, achei pífio. A cena que achei mais legal é a da Kate Hudson e a melhor cantada de Cotillard. Só.
Eu ainda nao quis ver, tantas criticas negativas e as cenas que vi não me convenceram, apesar do elenco de peso.
abs
Postar um comentário