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11 de agosto de 2010

Psicose (1960)


Um filme de Alfred Hitchcock com Janet Leigh, Anthony Perkins e John Gavin.

Não preciso dizer o quanto esse filme é um sucesso, pois acho que a cena do chuveiro virou clássica e que o nome Alfred Hitchcock não é mais citado sem se falar de Psicose. Mas o que preciso dizer é o porque desse filme ter virado um sucesso sem conter efeitos, sem conter cores, sem conter banhos de sangue e violência gratuita exagerada. Psicose é um suspense psicológico, não um terror, pois ele mexe com a mente desde a musiquinha irritante que surge toda vez que o assassino mata alguém até o tenso momento final, cheio de revelações e perturbações. E também por ter sido feito numa época em que a violência era abominada e, mesmo com todos os embustes, conseguiu ser um dos maiores sucessos dessa década.
Marion Crane (Janet Leigh) é uma secretária que, ao ver a oportunidade batendo na sua porta, decide aproveitá-la. Ela então rouba U$40.000 e foge para poder morar com seu namorado Sam Loomis (John Gavin). Mas antes de ela chegar ao destino uma chuva furiosa cai e ela tem de se hospedar no motel de Norman Bates (Anthony Perkins). Porém, no meio da noite, enquanto ela toma um banho, ela é esfaqueada misteriosamente. A partir daí sua irmã, seu namorado e um detetive particular começam a procurar pistas de onde Marion poderia estar.
Antes de tudo, preciso dizer que vou deixar a frase "para a década de 60" em elipse, pois se comparado a qualquer filme de terror trash atual, Psicose vira uma comédia. Bela fotografia. Ótimo roteiro. A trama que Hitchcock faz no subconsciente com seu terror é algo que o fez tornar o mestre dos filmes de horror. O fim de Psicose, com Anthony Perkins no ápice de sua patologia, é brilhante. De resto, todas as artimanhas utilizadas no filme trazem uma espécie de sedução macabra. A música que toca nos assassinatos, os bichos que Norman Bates empalhava, até vi um certo encanto no modo com o sangue jorrava nos assassinatos e como a faca se movia.
A atuação está ótima, sério mesmo. Vários filmes antigos que eu vejo a atuação é um pouco menos que deplorável, e eu tento desculpá-la com o pretexto de que é um filme mais velho, não tinham as técnicas que tem atualmente... Vendo essa pérola do suspense, percebi que as desculpas eram esfarrapadas. Janet Leigh e Anthony Perkins estão melhores do que muitos atores de hoje em dia, realmente vi entrarem no personagem. John Gavin e Vera Miles também estão ótimos, ele melhor do que ela.
Psicose faz um estardalhaço e tanto no mundo da sétima arte. E acredite, o estardalhaço é pequeno se comparado ao que ele merecia. E Hitchcock ainda consegue criar mais pérolas para a indústria do cinema e não se contentar só com o sucesso que foi Psicose; se duvidarem assistam também A Janela Indiscreta, Um Corpo que Cai, Os Pássaros e Disque M Para Matar. Chocou, e bastante, uma época intolerante à violência que começou a se interessar por ela graças ao mestre do terror psicológico. Psicose é uma lenda que permanece viva 50 anos após sua grandiosa estreia.
NOTA: 10

Um comentário:

Felippe Alves disse...

Excelente crítica. Psicose é um clássico atemporal.