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8 de agosto de 2010

O Grande Lebowski (1998)

Um filme dos Irmãos Coen com Jeff Bridges, Julianne Moore e John Goodman.

Já falei antes e vou falar mais uma vez. Mentira, provavelmente falarei em todos os filmes dos Coen. Isso sim é um filme de comédia. E um filme de comédia que, embora sempre repita a mesma fórmula de satirizar as comédias, sempre se renova aos poucos, o que o torna incansavelmente bom. O Grande Lebowski é o que mais mostra isso. Cheio de referências a clichês imutáveis da cultura norte americana, eles ironizam tudo e todos, sem poupar um deficiente físico.
Jeff Lebowski (Jeff Bridges), mais conhecido por The Dude, é o homem mais folgado do mundo, que se acha  esperto o bastante para resolver seus problemas quando ele atrasa aluguéis e dorme no chão ouvindo sonoplastia de boliche. Até que um dia ele é confundido com um milionário também chamado Jeff Lebowski (David Huddleston), e nessa confusão um dos caras mija no tapete de sua sala. Puto com isso, ele vai até a casa do milionário para pedir uma indenização, mas se vê metido num caso ainda maior. Junto com seu amigo Walter (John Goodman), um ex-veterano do Vietnã, os dois tentam solucionar o caso, mas graças ao rumo dos acontecimentos estranhos que surgem, eles acabam complicando ainda mais.
Os personagens foram feitos para representar o lado mais cômico do cidadão comum. Goodman, por exemplo, entrou na pele de um homem com a síndrome da loucura pós-guerra. Ele faz com que toda frase seja ligada à guerra, quando ele fala: "amigos meus morreram de cara para a lama para você trabalhar nessa lanchonete", eu simplesmente rolo de rir. Jeff Bridges foi perfeito, usou de tudo para realmente se tornar o cara mais folgado do mundo, que é tudo que seu personagem traz enquanto o filme dura. Julianne Moore, embora coadjuvante, perfeita como sempre. A artista incompreendida nela aflorou aí e o riso escandaloso ainda ecoa nos meus ouvidos.
A comicidade que os irmãos Coen trouxeram ao cinema é única e é bem aproveitada n'O Grande Lebowski. Acho ótimo o mix que eles usaram na história entre personagens que ficam surgindo do nada. Acho que nunca ri tanto num filme e nunca fiquei tão WTF num filme. No fim, quando Sam Elliot começa a fazer um resumo narrativo do que se passou no filme com um sotaque completamente texano e sem qualquer expressão, eu não me aguentei. Ótima fotografia e brilhante trilha sonora, cheia de clássicos dos 70, para combinar com o ar do filme.
Engraçado, cômico, estereotipado, irônico e supervalorizado. Isso é O Grande Lebowski. Pode até parecer confuso eu falar bem até aqui e agora dizer que o filme é supervalorizado, mas é exatamente isso que acontece. Por mais inovador que seja, é apenas mais um filme de comédia. Concordo que seja melhor que qualquer um que apareça agora, mas não passa nada de novo, apenas as sátiras comuns dos Coen. Tanto faz, vamos jogar boliche?
NOTA: 7

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