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31 de julho de 2010

Queime Depois de Ler (2008)

Um filme dos irmãos Coen com Brad Pitt, George Clooney, John Malkovich, Tilda Swinton e Frances McDormand.

Joel e Ethan Coen fazem simplesmente os melhores filmes de comédia da atualidade. Não porque eles abusam do clichê e do escrachado para criar gargalhadas que já ficaram bem forçadas, e sim porque ele ironizam o clichê e o escrachado para criar situações novas e imprevisíveis, e garante o humor de quem acompanha as alfinetadas desde o começo do filme. Com seus personagens estereotipados, com situações imprevisíveis que beiram tanto a realidade que chegam a ser impensáveis no mundo cinematográfico, eles não criam um outro mundo, mas se utilizam do nosso para fazer o público rir da pior forma deles mesmos.
Osbourne Cox (John Malkovich), um agente da CIA, é demitido por um suposto "abuso de álcool" e decide escrever um livro sobre as suas memórias. Ao saber disso, sua mulher Katie Cox (Tilda Swinton), começa a pensar num divórcio e espiona a conta de seu marido para poder ficar numa boa situação financeira com seu amante, Harry Pfarrer (George Clooney), um homem que trai compulsivamente a mulher. Porém, o CD que tinha todos os dados sobre a conta de Osbourne fica numa academia e Linda Litzke (Frances McDormand) e Chad Feldheimer (Brad Pitt) o encontram, e acham que estão com um segredo de Estado nas mãos. Com isso eles começam a chantagear Osbourne para ganharem uma recompensa e para Linda fazer todas as suas 5 cirurgias plásticas.
O cidadão de cada dia e as situações que já viraram um paradigma ironizados que dão sentido à essa história sem sentido. A mulher que quer cuidar de seu corpo e fica alucinada nas cirurgias que vão "mudar a sua vida", a mulher que não consegue ter relacionamentos, o homem que trai compulsoriamente, o homem paranóico, o alcoólatra, o fortão sem cérebro, tudo junto resulta no Queime Depois de Ler. Além disso, coloque as situações mais inesperadas que você pode pensar. Normalmente num filme de comédia normal, quando um homem acha outro no armário, ele se assusta, eles começam a bater um papo e rola uma intimidade incrível, por mais que ele esteja no armário dele. Me limito a dizer que isso não ocorre nesse filme.
A atuação está ótima, com esse grande elenco também. Me apaixonei por Frances McDormand, que constituiu uma razão sem pé nem cabeça na hora de chantagear o Osbourne, e por George Clooney, que fez um personagem estereotipado com alguns tiques fantásticos. Brad Pitt e John Malkovich não ficam atrás, foram ótimas atuações. Tilda Swinton não me surpreendeu, mas fez um bom papel. Ótima trilha sonora por Carter Burwell, o filme não seria o mesmo sem ela.
Os irmãos Coen usaram mais uma vez seu brilhantismo, pois viram que as comédias de hoje em dia cometiam tantos erros cronologicamente e criavam tanto surrealismo que estavam virando algo como um entretenimento passageiro. E eles usaram o real e o dia a dia até ele ficar cômico e não virar algo passageiro, e sim um filme para ser lembrado.
NOTA: 9

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