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21 de abril de 2010

Manderlay (2005)

Um filme de Lars Von Trier com Bryce Dallas Howard e Willem Dafoe.

Ouvi dizer que seria uma trilogia. Se o terceiro ficar for tão brilhante quando Dogville e Manderlay, aí eu posso acreditar que Lars Von Trier voltou realmente. Manderlay é um bom filmes, só que com muitos aspectos Dogvilleanos. Metade de mim diz que realmente era pra ficar assim, pois é a continuação, então nada melhor do que aquelas escritas no chão e tudo ser filmado em um galpão. A outra metade diz que se fosse pra ser uma boa continuação, a principal deveria continuar com Nicole Kidman.
Após Grace (Bryce Dallas Howard) e seu pai (Willem Dafoe) saírem de Dogville, eles descobrem que um grupo tinha tomado o poder deles. Então, procurando outro lugar, eles param em Manderlay, onde Grace descobre que um sistema escravista ainda funciona. Então, ela entra e muda toda a estrutura da cidade, mas ela não sabe que os laços entre senhor e escravo são bem mais fortes do que qualquer liberdade que ela possa fornecer.
A atuação continua tão boa que acho que a mudança de papel nem foi um fator tão determinante para o filme. Willem Dafoe é um ótimo ator, embora não tenha aparecido muito no filme. Bryce Dallas Howard, uma atriz que eu nunca tinha visto, foi a alegria do meu dia, pois sua atuação continuou fazendo de Grace uma de minahs personagens favoritas da ficção. A história é muito bem bolada, assim como em Dogville, só que dessa vez Lars Von Trier deixa sua mensagem sobre a escravidão e o racismo, embora ele continua com seu estudo sobre os instintos humanos, fator que podemos observar quando Grace lê sobre a classificação dos escravos. O racismo entre a própria raça, o uso de uma democracia constantemente, as coisas que você vê porque você quer ver, o filme é um espelho disso e de muitas outras coisas.
O modo de filmagem de Lars Von Trier é único. Os cortes que acontecem durante as cenas, o filme todo filmado em uma galpão, com uma câmera de mão, pouco cenário e indicações no chão. A fotografia não é tão bela quanto o primeiro filme, mas chega a ser ótima em algumas partes. A iluminação continua grandiosa, assim como os figurinos da década de 30 num Estados Unidos caótico e racista. Os diálogos continuam muito bons.
Manderlay é um ótimo filme, talvez tão bom quanto Dogville. Agora alguns fatores me deixam em dúvida, e entre eles o que grita mais alto é a exploração sexual. Em Dogville, Lars Von Trier soube fazer uma Grace que satisfazia uma cidade inteira sem mostrar nudez alguma. Esse filme, como apenas uma cena de sexo, fez um nu inteiro. Além do que, eu achei a identidade de Grace de Manderlay não muito parecida com a Grace de Dogville, isso levando aos aspectos dela ter matado uma cidade inteira.
NOTA: 9

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