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5 de janeiro de 2011

As Crônicas de Nárnia: A Viagem do Peregrino da Alvorada (2010)

Um filme de Michael Apted com Tilda Swinton e Ben Barnes.

As Crônicas de Nárnia continuam sendo uma diversão para um fim de semana. Não posso comparar com outras histórias do mundo da ficção mais bem trabalhadas que os contos de C.S. Lewis, mas ainda vale a pena conferir as novidades que surgem. O problema da saga de As Crônicas de Nárnia é que, sinto, que em cada filme algo vai caindo, ao contrário de outras sagas que vão melhorando e amadurecendo a cada filme, como Harry Potter ou Senhor dos Anéis. A primeira adaptação ao cinema, O Leão, A Feiticeira e o Guarda-Roupa continua imbatível. Ele ainda chega a ser superior aos outros dois, O Príncipe Caspian e A Viagem do Peregrino da Alvorada, talvez porque começasse essa mágica história como o primeiro episódio, ou porque trazia uma carga emocional maior que os outros dois, que são aventuras fabulosas populares.
No novo capítulo da saga As Crônicas de Nárnia, apenas dois irmãos Pevensie, Edmundo (Skandar Keynes) e Lúcia (Georgie Henley), voltam à mágica terra de Nárnia, mas acompanhados de seu primo exremamente realista Eustáquio Mísero (Will Poulter). Nesse retorno, ambos voltam a ver o Príncipe Caspian (Ben Barnes), agora rei de Nárnia, que está junto com bravos narnianos à bordo do Peregrino da Alvorada, um navio cujo objetivo é percorrer os desconhecidos mares de Nárnia em busca de 7 conselheiros do pai de Caspian. O que eles não imaginam é que o desconhecido guarda muitas surpresas para os bravos cavaleiros, como dragões, serpentes marítimas, ninfas, ilhas fora do mapa e até o longínguo País de Aslan, num dos locais mais afastados do mundo.
A história, com um teor de magia, aventura, tudo é possível no outro mundo, é ótima para as crianças, mas chega a ser uma metáfora religiosa que atinge em cheio o público mais influenciável. Num mundo onde o deus é um leão que realmente aparece e pode fazer tudo de tudo, onde cada ilha traz uma lição diferente para ser aprendida, o livro de fábulas de C.S. Lewis é quase uma bíblia metafórica. Graças a isso, já vale a pena suportar o ritmo que chega a despencar em certos momentos do filme com cenas que "não fedem nem cheiram" para chegar a um final contando tudo o que foi aprendido durante a sessão. Enquanto o primeiro capítulo dessa famosa franquia da literatura chega a ser bonito e tenha conquistado vários fãs no mundo, as outras duas películas não fazem por onde adquirir o mesmo sucesso. A fotografia ainda é o forte do filme, junto com uma trilha sonora favorável e um figurino até interessante. Agora as atuações cansam em boa parte do filme, muitos ficam na linha do mediano em pontos altos da obra e dificilmente passam dela. Chamo a atenção para Will Poulter, o mais caricato e o melhor do filme e, por mais que seja o menos carismático e tenha menos conectividade com o público, ainda assim chega a ser melhor que os carismáticos Skandar Keynes e Georgie Henley.
O futuro da franquia d'As Crônicas de Nárnia é tão sombrio quanto o destino do Peregrino da Alvorada no filme, já que os filmes vêm sofrendo uma decaída imensa e isso nem a mudança de diretores dos filmes pode melhorar. Agora, ao invés de conseguirem cativar um público que pago caro no cinema num programa família, a saga apenas pega 60% desse público para colocar morais de contos de fada e cenas de luta completamente desgastantes, sendo que o público ainda paga caro por ver o 3D sem qualquer razão. Completando a minha primeira frase, As Crônicas de Nárnia continuam sendo uma diversão para o fim de semana, mas por tempo indeterminado. Além disso, há programas ainda mais divertidos por aí.
NOTA: 5

2 comentários:

Cristiano Contreiras disse...

Eu ainda prefiro o primeiro também.

Mas, ao contrário de todos, eu acho esse terceiro filme bastante fiel ao livro – então, será que o erro está na concepção literária? Porque a trama do livro, inclusive passagens e diálogos são bem semelhantes ao roteiro do filme. Ao meu ver, um dos erros do terceiro filme é o elenco…poderia ter sido melhor escolhido. Will Poulter faz o personagem Estácio mais chato do que ele é no livro, rs. Irrita bastante. Achei caricatural e forçado.

A fotografia e os efeitos visuais são belíssimos!
Em suma, um filme nota 6.

Abraço

chuck large disse...

Não gostei desta "saga", achei muito infantil, os filmes de certo modo não tiveram uma boa evolução. Quem sabe um dia, eu confira este...

abs. ;)