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1 de dezembro de 2010

Enterrado Vivo (2010)

Um filme de Rodrigo Cortés com Ryan Reynolds.

Se tem uma coisa que Enterrado Vivo deveria ser e é, com toda certeza, é agonizante. Claustrofóbico. Angustiante. Deixa o espectador com uma ânsia imensa. Consegue com clareza passar suas sensações ao espectador através de uma iluminação tensa dentro de um caixão. Não só a iluminação, já que o filme é movido por tensão. Essa tensão ajuda o filme e o faz cair, já que ele cria tanta expectativa no público que eles se esquecem de se perguntar como uma cobra entrou nas calças do Ryan Reynolds se ele estava num caixão e, claro, como ela não o picou no caminho para fora?
Paul Conroy (Ryan Reynolds) é um caminhoneiro norte-americano que é mandado como empreiteiro numa missão no Iraque. Lá ele fica por 9 meses trabalhando, até que ele e o resto da empresa são alvos de um ataque, mas ele é somente sequestrado. Após o desmaio repentino, ele acorda num caixão apenas com um isqueiro, um celular com metade da bateria e pouco oxigênio. Desesperado, ele começa a contatar os seus compatriotas para que possam lhe ajudar a sair dali ao mesmo tempo que os sequestradores avisam que o resgate terá de ser pago em 90 minutos, ou ele morrerá.
O filme discute algo interessante que é o valor de uma vida. Não trabalha da maneira entrelaçada feita por 21 Gramas, mas de uma maneira bem mais simples. Observamos durante toda a sessão Ryan Reynolds ligar para os mais altos cargos de seu Estado tentando uma ajuda em seu resgate enquanto eles o tratam com total indiferença. Claro, ele é apenas um empreiteiro, um caminhoneiro, um joão-ninguém. Se fosse o presidente todas as forças americanas chegariam no Iraque sem que ele pudesse ter tempo de se contorcer. Algo que o filme tem o crédito de ser é claustrofóbico. Sua iluminação, hora feita por isqueiros e por lanternas, hora feita pela luz do celular ou por aqueles bastonetes de boate, condiz com o roteiro. Os momentos no escuro só aumentam a angústia, assim como o ambiente extremamente pequeno, dói apenas olhando o homem tentando se movimentar naquela caixa de madeira. Ryan Reynolds funciona melhor em dramas e suspenses do que em comédias, mas seus melhores momentos ficam nos seus monólogos no caixão com suas expressões impagáveis, ou em pequenos diálogos com iraquianos que improvisam no inglês. Suas facetas que transbordam sentimentos ao tentar se despedir de sua mãe e esposa não me convenceram totalmente, em geral sua interpretação está bem acima da média que os últimos filmes que eu conferi dele.
Rodrigo Cortés não deixa o ritmo do filme cair em momento algum. Primeiro cria uma atmosfera tensa nos espectadores e depois faz o que quiser com eles, pois o que mais há no filme é envolvimento. Um envolvimento claustrofóbico, angustiante, agonizante. Nos faz xingar qualquer autoridade com seu fim implacável ao mostrar o nível de preocupação atual. A cena em que o chefe da empresa, que colocou o personagem de Reynolds nisso tudo, liga para ele no caixão para fazer uma entrevista foi uma das mais tensas e miseráveis cenas que eu vi esse ano. Os 90 minutos de duração foram o mais improvável, tenso e asfixiante possível.
NOTA: 7

2 comentários:

chuck large disse...

Um filme que espero, MUITO VER. A história em si, é muuuito bacana e me deixa super curioso!

[]'s
sebosaukerl.blogspot.com

Cristiano Contreiras disse...

Vou ver esse filme essa semana, curiosamente dois amigos me indicaram - e, agora, com seu texto fiquei mais interessado.

Abraço