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29 de novembro de 2010

Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 1 (2010)

Um filme de David Yates com Daniel Radcliffe, Emma Watson, Rupert Grint e Ralph Fiennes.

Alguns dizem aleluia, outros choram de emoção. A saga de Harry Potter está chegando ao fim, chegará ao fim em julho de 2011. Sou fã de Harry Potter, sempre gostei das histórias dos livros. Mas no cinema são outros quinhentos. Por eu criticar excessivamente os filmes por uma atuação sem sal dos protagonistas, por uma não fidelidade ao livro, por uma duração curta se for comparada ao nível de informações que a película nos traz, achei uns dois filmes relativamente bons. Harry Potter e as Relíquias da Morte mostra alguns problemas que sempre vieram nos filmes do bruxo: a duração é pouca para muito. Mas a excessiva fidelidade ao livro transformam esse último filme num dos melhores da franquia.
Harry Potter (Daniel Radcliffe), junto com seus amigos Rony Weasley (Rupert Grint) e Hermione Granger (Emma Watson), precisa achar um jeito de derrotar Lord Voldemort (Ralph Fiennes) neste último e decisivo capítulo de sua história. Após a morte de Dumbledore (Michael Gambon), Harry tomou conhecimento das horcruxes, objetos em que Voldemort depositou um pedaço de sua alma para que ele pudesse voltar à vida se fosse derrotado. Agora a única chance dos três amigos é destruir todas as horcruxes de Voldemort que acharem para, enfim, matar o poderoso Lorde das Trevas. Eles não estão sozinhos nessa árdua jornada, mas o inimigo fica mais forte à medida que o tempo passa, tomando o controle do mundo dos bruxos.
A atuação melhorou incrivelmente dos últimos filmes para esse, provavelmente o amadurecimento dos atores que não são mais jovens. Há uma presença notória em Rupert Grint, que está excelente, agora mais independente do que nunca, já que sai da sombra de Harry Potter e cria algo sólido para representar. Emma Watson e Daniel Radcliffe tem uma atuação boa, uma pena que Rupert não passe mais tempo com eles no longa. Ralph Fiennes está incrível em seu personagem altamente caracterizado. Além desse grande elenco de peso, há a presença da ótima Helena Bonham Carter, que eu nunca vou parar de achar ótima, que faz a excêntrica Bellatrix Lestrange; de Alan Rickman como Severo Snape; e de Imelda Staunton, representando a dogmática Dolores Umbridge.
Algo que percebi no filme foi uma duração não proveitosa do que tinham. Soube que essa última parte foi dividida em duas para poder ter mais fidelidade ao livro, que não poderia ser cortado. A fidelidade está presente, mas as excessivas cenas de acampamento ao longo da sessão me deixaram com uma sensação desnecessária no filme, de que as tirando não iria interferir em nada e ainda colocar mais elementos da literatura no cinema. Embora as cenas estivessem criando monotonia no ar, foi uma boa tentativa de colocar uma fotografia, trilha sonora e cenário bem mais densos do que os vistos nos outros filmes. A história é um reles conto de aventura, cheio de efeitos bem trabalhados com ângulos ótimos. David Yates soube mesmo como dirigir com maestria. O roteiro me lembrou em muitas partes, principalmente na cena no Ministério da Magia, um apelo à Segunda Guerra Mundial, quase conseguia ver a suástica nas capas das revistas.
O último filme de Harry Potter é uma mostra da discriminação através de comparações com uma linguagem fácil de ser entendida. Há, obviamente, uma rixa imensa entre os bruxos e os "trouxas", até mesmo os bruxos nascidos trouxas entram na lista de mais procurados. Há uma cena imperdível de Helena Bonham Carter torturando Emma Watson, que deixa isso claro. E isso facilita o entendimento do filme até para os que não acompanham a saga. Embora haja informação demais para um curto período e para os mais leigos poderem criar um entendimento fácil do filme, é um dos melhores da saga. Dou os créditos do sucesso de As Relíquias da Morte ao ótimo David Yates, me fez assistir um Harry Potter de vários ângulos com sua direção impecável e para os atores, em especial Rupert Grint e Ralph Fiennes que me contagiaram com um trabalho bem feito.
NOTA: 8

4 comentários:

Cristiano Contreiras disse...

"Harry Potter e as Relíquias da Morte" mostra o apuro total da série que conquistou milhares de fãs no mundo inteiro - até para os não iniciados no mundo da magia, ou viciados nesse contexto da fantasia. É um filme que, finalmente, encontra seu teor de maturidade, numa direção mais central e cuidadosa de Yates - que com a ajuda do roteirista Kloves - consegue condensar todas as principais partes do livro, bem como diálogos. Toda a essência está ali, ao contrário dos anteriores que acabavam por correr demais em certas passagens.

É realmente admirável ver como o elenco aqui está mais entrosado, ou melhor: Temos um Daniel Radcliffe mais maduro. Rupert Grint e Emma Watson, num mundo mais justo e acolhedor, poderiam ser indicados ao Oscar. Sim, eles têm uma atuação mais emocional, estão realmente bem no filme, há momentos que até impressiona.

O roteiro consegue fluir bastante, evitando cenas rápidas, explica muito bem certos contextos do filme, é admirável o cuidado em até situações rápidas que no livro parece não ter importancia, mas no filme faz todo o sentido. Eu gostei muito da forma sombria que o filme tem, da maneira "adulto" estampado em cada cena, nos diálogos até reflexivos do trio central. Inclusive, há mais ousadia nesse, até sensualidade em uns contextos, a puberbade mais evidente...e o senso dark, fora do contexto de magia dentro de Hogwarts - iniciado desde "A Ordem da Fenix" aqui atinge seu ápice...

Diferente mesmo este filme, pois o roteiro não tem partes confusas ou desconexas como muitos trabalhos cinematográficos, adaptados de livros, tendem a demonstrar.

Gostei dos momentos de Harry - Rony - Hermione.
Da forma como a mão de Yates priorizou as atuações deles...
Helena Bonham Carter conseguiu também acertar seu tom como Bellatrix Lestrange, se antes ela parecia meio artificial demais, neste filme assombra demais.

O que foi aquela parte da animação no meio do filme mesmo? muito bom ter colocado o Conto sendo explicado com uma animação.

As cenas de ação, ainda que não tão extensas e intensas, são impressionantes e iguais aos do livro. A trilha de Alexandre Desplat, ainda que correta(talvez, a menos inspirada deste compositor que surpreende a todo trabalho), é satisfatória - mas, é verdade, de longe é o ponto mais fraco do filme. A fotografia de Eduardo Serra (admiro ele, já havia feito um belo trabalho no "Moça com Brinco de Pérola")muito boa, dá todo o clima do livro/filme, a forma como o filme usou de referências de outros filmes tambem me agradou.

Há um clima triste que paira todo, algo meio pessimista, intimista até - de fato, o último livro da saga é o mais denso e pesado, precisava de um filme que fizesse jus a ele. Há momenos emocionais, como a passagem de Dobby...há cenas bem emocionantes mesmo.

Eu realmente estou admirado com o trabalho deste filme!
Ao contrário de todos, acho o melhor do ano até agora. Isso mesmo, mais até que os idolatrados "A Origem".

Que venha a parte dois!

chuck large disse...

Eu gostei do longa, mas não sou muito fã da saga, portanto foi puro entretenimento!

[]'s
sebosaukerl.blogspot.com

Rodrigo de Assis Passos disse...

interessante!

Luiz Santiago (Plano Crítico) disse...

Amigo, também estou seguindo. Gostei do seu blog e das escolhas que faz. Percebo que seu ritmo de escrita é bem parecido com o meu: incessante.

Sobre esse texto: temos mais ou menos a mesma opinião sobre o todo. Se e quando tiver tempo, dá uma olhada no meu texto a respeito.

Gosto da sua forma de escrita, e parabenizo-o.

=)

Abraço.