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29 de agosto de 2010

Garota, Interrompida (1999)

Um filme de James Mangold com Winona Ryder, Angelina Jolie e Brittany Murphy.

O que é verdade, o que é mentira, o que é real, o que não é? É exatamente isso que Winona Ryder busca o tempo inteiro nesse filme e o que Angelina Jolie se mostra certa em conseguir diferenciar. E por mais que, nós, simples espectadores, já tenhamos todos os conceitos definidos e manipulados em nossa mente, a semente da dúvida se instala calmamente aqui, mesmo que essa dúvida seja colocada por uma sociopata que está internada num centro de reabilitação por 8 anos. Será que estamos vivendo mesmo o real e o verdadeiro ou tudo é uma mentira que pregaram em nós? Afinal, em Garota, Interrompida os loucos são os normais e os normais são os loucos.
Susanna Kaysen (Winona Ryder) é uma jovem cujo único plano é ser escritora, plano esse interrompido após ela tomar um vidro de aspirinas com 4 litros de vodca para se livrar de uma dor de cabeça. A partir daí, ela é diagnosticada com um distúrbio de personalidade e vai para um centro de reabilitação, cheio de garotas que a sociedade considera incapazes. Porém ela se vê fazendo amizades rapidamente e se juntando às problemáticas graças a uma relação bem profunda com Lisa Rowe (Angelina Jolie), uma sociopata manipuladora.
Não sei dizer de quem gostei mais neste filme. Interpretar personagens com essas personalidades sempre é uma alavanca para a carreira, além de mostrar a maior capacidade que o ator tem. Essa capacidade eu vi na carismática Angelina Jolie, com seus joguinhos de sedução para conseguir sempre ter o controle das situações; e na mentalmente perturbada Brittany Murphy, cujas cenas em que participou rechearam meus olhos com o que eu defino como loucura. Winona Ryder também é digna de ressalva, consegue levar o filme inteiro com sua história. Whoopi Goldberg, por menos que aparecesse na obra, também interpretou grandiosamente a enfermeira-chefe.
É um ótimo roteiro. Totalmente imprevisível, o rumo que os acontecimentos tomam são uma surpresa para o público. O fim não foi de todo agradável, mas foi o melhor para o filme para enfim resolver todo o bafafá que foi criado em relação à sociedade "capaz". Acho que preciso dizer o quanto gelei em certas cenas, como a parte da casa de Daisy ou quando o centro vai tomar sorvete. Gostei da trilha sonora e da fotografia.
Garota, Interrompida teve seu sucesso feito. Afinal, quem não gostaria de ver essa história? Uma garota considerada louca que vai parar numa clínica e lá sofre influências do mundo da loucura sobre o mundo normal e do mundo normal sobre o da loucura (algo que me lembra até partes de A Troca, que também tem Jolie). Agora eu realmente preciso que me digam: qual dos dois é o normal e qual dos dois é a loucura? Através de uma abordagem lógica e tradicional, o "normal" me convence que ele é o certo. Mas o mundo da loucura é tão sutil e carismático, assim como Angelina Jolie, que não consigo mais ter certeza.
NOTA: 9

4 comentários:

Alan Raspante disse...

Meus personagens favoritos são: Daisy e Lisa!
Acho a interpretação de Brittany Murphi, magnífica. Era fã desta atriz!

Gosto muito da interpretação de Angelina Jolie, mais ainda prefiro ela em GIA.

...

Abs.

Cristiano Contreiras disse...

Eu sou fascinado por JOLIE neste filme, momento inesquecível e ainda bem que a Academia premiou com um Oscar, pois ainda é seu melhor momento no cinema.

Belo texto do filme, parabéns!

alinevaz disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Aline Vaz disse...

É um belo filme assim como a critica e o blog em questão. Parabens.
http://culturaesquizofrenica.blogspot.com/