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23 de julho de 2010

O Bebê de Rosemary (1968)

Um filme de Roman Polanski com Mia Farrow e John Cassavettes.

O filme é uma confusão, mas uma confusão divertida de se assistir. É incrível a reviravolta que é feita durante a história, e é incrível porque Roman Polanski conseguiu moldá-la e trabalhá-la tornando-a impecável. E o mais incrível é que não foram necessários monstros saindo do armário ou espíritos com uma maquiagem assustadoramente boa. O que aparece n'O Bebê de Rosemary são 4 ou 5 segundos de mãos e os olhos estreitos do diabo. Os outros 135 minutos e 55 segundos ficam por conta do espectador, graças ao terror psicológico que esse diretor conseguiu trazer nesse filme.
Rosemary Woodhouse (Mia Farrow) e seu marido Guy Woodhouse (John Cassavettes) se mudam para uma estranha residência num velho prédio de Nova York. Logo eles percebem que seus vizinhos também não são pessoas muito normais. Mas quando Rosemary engravida, o marido começa a se envolver muito com os vizinhos, e ela começa a suspeitar que Guy vai trocar o filho dela pela sua carreira de ator, já que a vizinhança faz parte de um grupo de bruxaria.
A atuação não é lá essas coisas todas, mas Mia Farrow me chamou muito a atenção, depois que ela começa com suas suspeitas sua atuação fica incrível. Com várias facetas, ela consegue entrar no personagem durante o filme inteiro, e pra cena final ela ficou ótima. Melhor que ela só Ruth Gordon, que fez a incômoda Minnie Castevet. Ela se encaixou completamente na personagem, foi um show de atuação. John Cassavettes teve uma boa atuação, nada que mereça uma ressalva. O figurino ficou interessante, assim como a fotografia do filme e o jogo de luz usado.
A história é surpreendente. Roman Polanski começa a usar todas as suas artimanhas para fazer com que as suspeitas de Rosemary, por mais estranhas que sejam, virem verídicas. No meio do filme, ele faz o caminho na contramão, fazendo com que tudo que Rosemary fale seja infundado e que faça-a parecer uma mulher transtornada. E a reviravolta que ele faz no final é tratada com tanta calma e frieza que o faz um dos finais mais incríveis do cinema. Todo o terror criado durante a sessão é feito apenas por suposições e dúvidas, fazendo um efeito parecido com o proposto por Atividade Paranormal: o filme cria o terror psicológico, agora se o filme assusta ou não fica por conta do espectador.
Não é a toa que O Bebê de Rosemary seja considerado um dos maiores da história, páreo a páreo com grandes nomes, como O Exorcista, O Iluminado e Psicose. Mas ele conseguiu chegar ao topo sem mostrar demônios, espíritos, bruxas, vampiros, psicopatas ou lobisomens. E o resultado é tão bom que vale por si só dar uma conferida nesse grande nome.
NOTA: 9

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